ATA DA DÉCIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 22-3-2007.
Aos vinte e dois dias do mês de março do ano de dois
mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Clênia
Maranhão, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João
Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste e Nilo Santos.
Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza,
José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario
Fraga, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Alceu Brasinha, o Pedido de Providência nº 375/07; pelo Vereador
Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 377, 388 e 389/07;
pelo Vereador Elias Vidal, o Pedido de Providência nº 376/07, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 009/07 (Processo nº 0519/07); pelo Vereador Haroldo de Souza,
os Pedidos de Providência nos 378, 379 e 380/07 e a Indicação nº
012/07 (Processo nº 1472/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de
Providência nº 390/07; pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência
nos 381, 382, 384, 385, 386 e 387/07; pela Vereadora Maria Luiza, os
Pedidos de Providência nos 394, 395, 396 e 397/07 e os Pedidos de
Informação nos 032 e 033/07 (Processos nos 1493 e
1494/07, respectivamente); pelo Vereador Mario Fraga, os Pedidos de Providência
nos 391, 392 e 393/07; pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de
Providência nos 372, 373 e 374/07 e, juntamente com o Vereador Adeli
Sell, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 009/07 (Processo
nº 0519/07). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 938, 1029,
1158, 1296, 1347, 1421, 1463, 1637 e 1656/07, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, à Senhora Maria Angélica Dias Pigatto, Presidenta da
Cooperativa Interdisciplinar dos Profissionais da Área Social, que solicitou o
apoio deste Legislativo para a inclusão da entidade presidida por Sua Excelência
no Conselho Municipal de Assistência Social, frisando que essa Cooperativa é
integrada por Assistentes Sociais, Psicólogos, Pedagogos e Sociólogos. Nesse
sentido, prestou esclarecimentos sobre os grupos da população beneficiados pelo
trabalho de assistência social e destacou a realização, pela Cooperativa, do
Projeto Agente Jovem, de atendimento a jovens carentes. Na ocasião, nos termos
do artigo 206 do Regimento, os Vereadores José Ismael Heinen, Dr. Raul, Claudio
Sebenelo, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Elias Vidal, Maria Luiza, Clênia
Maranhão e Adeli Sell manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a
Tribuna Popular. Também, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste
Plenário, do Senhor Ernesto da Cruz Teixeira, Diretor-Geral do Departamento de
Esgotos Pluviais. Ainda, durante seu pronunciamento nos termos do artigo 206, o
Vereador Adeli Sell formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora Presidenta,
solicitando o envio, ao Conselho Municipal de Assistência Social, de cópias das
notas taquigráficas relativas à Tribuna Popular de hoje. Às quatorze horas e cinqüenta
e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência de
quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Claudio Sebenelo discorreu sobre o
furto de monumentos em parques e praças de Porto Alegre, mencionando reportagem
sobre o tema, publicada no jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Em relação ao assunto, refletiu acerca da causa dos índices de depredação
atualmente observados, atribuindo esse fenômeno à falta de ligação da população
porto-alegrense com os marcos históricos e culturais da Cidade. A Vereadora
Clênia Maranhão discursou sobre o transcurso, hoje, do Dia Internacional da
Água, apontando estatísticas da Organização das Nações Unidas que indicam a
necessidade de se usar racional e equilibradamente esse recurso natural.
Também, salientou ações desenvolvidas pelo Departamento Municipal de Água e
Esgotos nesse sentido, enaltecendo propostas de conscientização da população,
promovidas por essa autarquia, e a modernização de sua infra-estrutura. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib, mencionando o transcurso,
amanhã, dos trinta e seis anos em que Sua Excelência exerce o mandato de
Vereador, recordou sua trajetória política neste Legislativo e no Executivo de
Porto Alegre. Ainda, manifestou-se acerca dos trabalhos desta Casa, contestando
a falta de quórum para análise de proposições na Ordem do Dia e alegando que a
Câmara Municipal de Porto Alegre poderiam cumprir suas funções
satisfatoriamente com menos Vereadores. O Vereador Bernardino Vendruscolo
defendeu proposição que altera o Regimento desta Casa, no sentido de
possibilitar aos Vereadores o ingresso imediato na Ordem do Dia a qualquer
momento da Sessão, argumentando que essa modificação proporcionaria maior agilidade
na apreciação de Projetos importantes. Além disso, cumprimentou o Senhor
Ernesto da Cruz Teixeira, Diretor-Geral do Departamento de Esgotos Pluviais,
pelo trabalho desenvolvido à frente desse órgão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino
Besson elogiou o atendimento dispensado
pela Diretoria do Departamento de Esgotos Pluviais aos Vereadores desta Casa.
Também, citando trechos de correspondência enviada a Sua Excelência pelo
Senhor Paulo César Bombassaro, representante do grupo musical gaúcho Tchê
Barbaridade, parabenizou o último DVD gravado por esse grupo, intitulado “Tchê
Barbaridade ao Vivo em Porto Alegre”, o qual foi indicado ao Prêmio Açorianos, na categoria
“melhor DVD do ano”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen homenageou o Colégio Militar de Porto
Alegre pelo transcurso do seu nonagésimo quinto aniversário, citando ex-alunos desse
estabelecimento de ensino, que se destacaram nos âmbitos civil e militar. Nesse contexto, enaltecendo a
qualidade do ensino ministrado no Colégio Militar, ressaltou que essa instituição obteve o décimo primeiro lugar
nacional e o primeiro lugar estadual no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM.
O Vereador Alceu Brasinha, reportando-se
às obras em curso na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, criticou os prazos de execução desses
trabalhos, referindo-se ao descontentamento dos moradores e comerciantes da
região. Em relação ao tema, solicitou o
engajamento dos Vereadores desta Casa, a fim de que os Governos
Municipal e Estadual se empenhem na conclusão dessa Avenida o mais brevemente
possível. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nilo Santos, mencionando matéria publicada ontem no Jornal Zero Hora, discorreu sobre a entrega de casas
populares no Loteamento Dona Teodora, enfocando a importância dessas moradias
para a comunidade local. A respeito do
assunto, parabenizou o Executivo Municipal pela conclusão desse projeto,
iniciado no Governo Municipal passado. O Vereador Claudio Sebenelo
externou sua preocupação com o tratamento dado aos animais em Porto
Alegre, criticando as Organizações Não Governamentais que mantêm convênio com a
Prefeitura Municipal e não cumprem sua parcela de responsabilidade no trato aos
animais abandonados na Cidade. Dessa
maneira, defendendo o tratamento veterinário adequado e a esterilização,
justificou que a reprodução
descontrolada desses animais aumenta a disseminação de zoonoses, apontando a necessidade de políticas
públicas que abordem esse problema de maneira efetiva. O Vereador Sebastião
Melo, recordando o Dia
Internacional da Água, saudou os
funcionários do Departamento Municipal de Água e Esgotos pelo trabalho
realizado. Também, sugeriu que
este Legislativo contrate apenados em regime semi-aberto, atentando para a importância da ressocialização
dessas pessoas. Finalizando, mencionou
o atraso no pagamento de salários do funcionalismo estadual, questionando sobre
as possíveis soluções para sanar o déficit no erário do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Carlos Comassetto protestou contra a desocupação
compulsória de área localizada
no Porto Seco, efetuada no dia vinte de março do corrente pela Guarda
Municipal, a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio e a Brigada
Militar, classificando esse procedimento como irregular e violento. Nesse
sentido, cobrou dos Executivos Estadual e Municipal a solução de problemas
pendentes na área da habitação popular. A Vereadora Clênia Maranhão reportou-se aos pronunciamentos hoje formulados
pelos Senhores Vereadores, acerca da ampliação da Avenida Baltazar de Oliveira
Garcia, destacando o trabalho do
Governo Municipal para minimizar os transtornos que esse empreendimento
acarreta à comunidade daquela região. Ainda,
lembrou obra similar para
duplicação da Avenida Assis Brasil, efetuada
pelo Partido dos Trabalhadores quando na direção da Prefeitura de Porto Alegre.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 003/07, discutido pelos Vereadores Márcio Bins Ely
e Adeli Sell, o Projeto de Lei do Legislativo nº 006/07, discutido pelo
Vereador Adeli Sell, os Projetos de Lei do Executivo nos 002 e
003/07, este discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Guilherme Barbosa e
João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 031/07; em 3ª Sessão, o Projeto de
Resolução nº 026/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D’Avila discorreu sobre a legislação penal
vigente no País, analisando
aspectos referentes às normas para obtenção do direito à liberdade condicional.
Quanto ao assunto, elogiou o
trabalho desenvolvido pela Fundação de Apoio ao Egresso do Sistema
Penitenciário, dirigida pela Senhora Tânia Sporleder de Souza, salientando as dificuldades
vivenciadas pelos egressos do regime presidiário para colocação e permanência
no mercado de trabalho. O Vereador Adeli Sell criticou a gestão da Governadora Yeda Crusius, aludindo a notícias divulgadas pela
imprensa, de possibilidade de atrasos no pagamento dos salários do
funcionalismo público estadual. Além
disso, avaliou a perda de recursos acarretada pela falta de fiscalização
quanto ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação
de Serviços, aludindo ao
fechamento do Posto Fiscal da Secretaria Estadual da Fazenda no Município de
Guaíba. Na ocasião, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal,
solicitando a retirada de termos constantes no pronunciamento do Vereador Adeli
Sell, em Comunicação de Líder, tendo se manifestado a respeito o Vereador Adeli
Sell. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz defendeu a atuação da Senhora Yeda Crusius junto ao Governo
Estadual, asseverando que parte
da crise econômica do Rio Grande do Sul decorre de erros gerenciais da época em
que o Partido dos Trabalhadores se encontrava na direção do Estado. Também, protestou contra legislação
existente no que concerne à indenização de anistiados políticos, frisando que essas quantias são
elevadas e representam ônus pesado para a população. A Vereadora Clênia
Maranhão convidou para a III
Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres, a ser realizada neste Legislativo
no dia trinta e um de março do corrente. Nesse sentido, afirmou que os movimentos pela igualdade de gênero
vêm adquirindo mais visibilidade e efetividade na sociedade contemporânea, referindo-se à Lei Federal nº
11.340/06, conhecida como “Lei Maria da Penha”, que cria mecanismos para coibir
a violência familiar e doméstica contra a mulher. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoado Requerimento de autoria da Vereadora
Maristela Meneghetti, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de
hoje. Em
prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maria Celeste,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, de acordo com o definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o
Colégio de Líderes. Em Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 201/06 em sua parte vetada, considerando-se mantido o Veto
Parcial a ele aposto, por vinte e sete votos NÃO, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio
Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton
Braga Rosa, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi
rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 188/00, considerando-se mantido o
Veto Total a ele aposto, por oito votos SIM, dezesseis votos NÃO e duas
ABSTENÇÕES, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Clênia Maranhão,
Sebastião Melo, João Antonio Dib, Elói Guimarães e Guilherme Barbosa e
encaminhado à votação pelo Vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Aldacir Oliboni, Dr. Goulart, Elias Vidal, João Carlos Nedel e Marcelo
Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes e Maria Celeste, Não os Vereadores Alceu
Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães,
Ervino Besson, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Maria
Luiza, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa,
Sebastião Melo e Valdir Caetano e optado pela Abstenção os Vereadores Dr. Raul
e Guilherme Barbosa. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 201/05, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto,
por oito votos SIM, dez votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos
Vereadores Aldacir Oliboni e João Antonio Dib, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Elias Vidal, João
Carlos Nedel e José Ismael Heinen e a Vereadora Maria Celeste, Não os
Vereadores Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Ervino Besson, João Antonio Dib,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa
e Valdir Caetano e optado pela Abstenção o Vereador Dr. Raul. Na oportunidade,
o Vereador Aldacir Oliboni formulou Requerimento verbal, solicitando renovação
da votação do Projeto
de Lei do Legislativo nº 201/05, o qual foi indeferido pela Senhora Presidenta,
nos termos regimentais. Também, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se
acerca do número Vereadores votantes quando da apreciação do Projeto de Lei do
Legislativo nº 201/05. Em prosseguimento, foi votado o Requerimento de autoria do Vereador Dr.
Goulart, Líder da Bancada do PTB, solicitando alteração na composição de Comissões
Permanentes deste Legislativo, passando o Vereador Alceu Brasinha a integrar a
Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação e a Vereadora Maria Luiza a
integrar a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana,
o qual obteve seis votos SIM e uma ABSTENÇÃO, em verificação de votação
solicitada pelo Vereador Carlos Todeschini, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Dr. Goulart, Adeli Sell e João Antonio Dib, tendo sido aprovado
em sua votação simbólica e tendo votado Sim os Vereadores Alceu
Brasinha, Dr. Goulart, Dr. Raul, João Antonio Dib, Márcio Bins Ely e Maria
Celeste e optado pela Abstenção o Vereador José Ismael Heinen, votação
esta declarada nula pela Senhora Presidenta, em face da inexistência de quórum
deliberativo. Na
ocasião, a Senhora Presidenta convidou a todos para o Seminário Reforma
Política, a ser realizado amanhã, a partir das nove horas, nesta Casa. Também,
o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, deferido pela Senhora
Presidenta, solicitando a nominata dos Vereadores que participaram da votação
do Requerimento acima referido, de autoria do Vereador Dr. Goulart. Às dezoito horas e vinte e
seis minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a Senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e
secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João
Carlos Nedel.
Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora
Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Passamos à
A
Srª Maria Angélica Dias Pigatto, representando a Cooperativa Interdisciplinar
dos Profissionais da Área Social Ltda., está com a palavra para tratar de
assunto relativo à inscrição da instituição no Conselho Municipal de
Assistência, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. MARIA ANGÉLICA DIAS PIGATTO:
Excelentíssima Srª Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, Verª Maria
Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, demais autoridades
presentes, senhores e senhoras representantes do grande público aqui presente,
estou controlando os minutos, porque eu tenho muito a dizer e pouco tempo para
falar de toda nossa solicitação.
O
nosso primeiro e grande motivo de estar aqui é solicitar a colaboração dos
senhores, que têm essa competência para nos ajudar, de forma legislativa ou de
forma política, a nos fazer presentes e inscrever-nos como entidade de
Assistência Social no Conselho Municipal de Assistência Social. Esse Conselho
está instituído pela Política Nacional de Assistência Social. Eu tenho todo um
resumo dessa política, e, após a minha fala, a gente vai entregá-la a todos os
senhores para poder, então, ter a fundamentação legal do que estamos tentando
solicitar aos senhores.
Em
primeiro lugar, eu quero apresentar a nossa Cooperativa; quem somos. Nós somos
uma cooperativa fundada em 1999, portanto, já estamos com sete anos de
existência absolutamente legal, instituída legalmente. Nós começamos, como toda
cooperativa, com vinte profissionais, hoje, sete anos depois, contamos com
aproximadamente 600 cadastrados e, aproximadamente, 200 ativos, executando
trabalhos através da Cooperativa. Que tipo de trabalho executamos? Nós somos
uma cooperativa de assistentes sociais, profissionais da área social no geral,
assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, sociólogos, e outros profissionais
também de nível médio, que têm interesse e vontade de atuar na política de
assistência social.
O
que vem a ser essa política? A política, segundo a Lei Orgânica da Assistência
Social no Brasil, preconiza o trabalho da proteção social aos segmentos sociais
que estão citados no art. 2º da Lei Orgânica, que são pessoas com
vulnerabilidades sociais, excluídos das benesses que a sociedade nos oferece.
Então
são pessoas idosas, portadores de deficiências, carentes, pessoas
desempregadas, famílias com vulnerabilidade social, crianças e adolescentes em
situação de abandono. Esses são os segmentos sociais protegidos pela Lei
Orgânica de Assistência. E nós, os profissionais, na sua maioria formados na
universidade, como estamos enfrentando a situação geral do País como a questão
do desemprego, resolvemos então, há sete anos, nos unir e organizar uma
cooperativa de trabalho.
Como
cooperativa de trabalho instituída legalmente, nós nos oferecemos para executar
políticas de assistência, prestando serviços para entidades públicas e
privadas, para ONGs, para Governos Municipais e Estaduais.
Nessa
trajetória aqui no Rio Grande do Sul - atuamos em todo o Estado - já atuamos em
400 Municípios, contratados pela Secretaria do Trabalho e Assistência Social.
Nesses 400 Municípios, fizemos visitas às famílias portadoras de deficiência e
idosos carentes que recebem o benefício de prestação continuada.
Isso
significa, no total dessa trajetória de cinco anos, executando o contrato para
o Estado, se formos contabilizar com mais precisão, já passaram de mais de 40
mil famílias que nós visitamos no Estado.
Então
o nosso trabalho é um trabalho sério, um trabalho de responsabilidade social.
No Município de Porto Alegre, também já executamos, por cinco anos, um projeto
na área da Assistência Social, que é o Projeto Agente Jovem. Nesse projeto, só
no ano passado, nós atendemos 24 grupos de jovens da periferia, e esses jovens
receberam dos nossos instrutores da Cooperativa a orientação para desenvolver a
sua plena cidadania, para desenvolver um protagonismo social, para se tornarem
líderes comunitários, mesmo em seu estado de carência. Esses projetos dão uma
idéia do que nós viemos fazendo nesses sete anos de existência. Agora, pela
nova política municipal - não a política nacional - a do Conselho Municipal,
que é deliberativo - não baseado na política Federal, cujos documentos eu tenho
todos aqui que provam isso -, eles fazem uma interpretação da política
nacional, dizendo que, como nós somos uma cooperativa de trabalho, não somos
beneficentes e nem somos de utilidade pública; somos com fins lucrativos. Bom,
isso eu consigo provar nos documentos que eu vou entregar para os senhores
depois, e a Lei Federal do Cooperativismo deixa bem claro, no seu art. 3º, que
(Lê.): “A atividade cooperativa é uma atividade econômica, de proveito comum,
sem o objetivo de lucro”. Portanto, o que eles alegam no Conselho Municipal é
que nós somos lucrativos. Outra: eles dizem que nós não somos beneficentes!
Então o que nós fazemos quando conseguimos colocação para quase 200
profissionais/ano, trabalhando e conseguindo trabalho e renda? Quem são esses
profissionais? As universidades colocam no mercado profissionais com formação,
mas sem mercado de trabalho. Eles ficam à margem do mercado de trabalho e,
ficando à margem, eles merecem também estar incluídos numa política de proteção
social, que é conseguir trabalho e renda, e esses profissionais inscritos na
nossa Cooperativa conseguiram esse trabalho e renda, nesses sete anos, através
do sistema cooperativo, e agora um sistema cooperativo ou cooperativas não
podem, segundo o Conselho Municipal, estar inscritos como entidade que executa
a política de assistência social. O que, em síntese, nós estamos sentindo?
Estamos nos sentindo discriminados, colocados ao lado. Então, se formos ONG,
nós podemos! Sendo cooperativa, não podemos? Então há uma contradição!
Estudando
a Legislação Federal, a gente percebe que não existe contradição entre as Leis
Federais tanto do cooperativismo como da Norma Operacional básica da Lei
Orgânica da Assistência, e em nenhum momento diz que existe contradição entre
cooperativismo e a Lei Orgânica da Assistência e as suas Leis Complementares.
Por que o Conselho Municipal coloca uma palavrinha - “beneficente”? Nós não
somos beneficentes, mas nós trabalhamos pró-trabalho e renda. Nós nos
organizamos para conseguir trabalho e renda. Nós trabalhamos com a população
usuária da assistência, e a população usuária da assistência é a população-alvo
da nossa ação: é o idoso, é o portador de deficiência, é a criança abandonada.
Esses são os nossos usuários da Cooperativa e, também, usuários da assistência.
Nós fomos preparados na universidade para trabalhar com esse usuário.
Eu agradeço pela colaboração; agradeço por terem me
ouvido. Vou passar às mãos de todos os Vereadores toda a fundamentação legal de
tudo o que eu estou falando, e conto com a colaboração dos senhores. Também
agradeço à Presidenta, que nós dá esta oportunidade, e agradeço a toda a Casa,
que dá ao povo, a nós, representantes do povo, esta oportunidade de nos
manifestarmos aqui. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Srª
Maria Angélica. Convidamos a Srª Maria Angélica Dias Pigatto a fazer parte da
Mesa. Quero registrar a presença, em nosso Plenário, do Presidente do DEP, Dr.
Ernesto Teixeira; seja muito bem-vindo à Casa, fique à vontade.
O Ver. José Ismael
Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL
HEINEN: Exma Srª Presidenta
da nossa Casa, Vereadora Maria Celeste; Ilma Presidenta da entidade
Cooperativa Interdisciplinar dos Profissionais da Área Social, nobres colegas
Vereadoras, nobres colegas Vereadores, público em geral; estamos vendo aqui,
mais uma vez, o que parece ser uma discriminação com relação ao cooperativismo
- a respeito do qual, acredito, o nosso País acompanha a proporcionalidade do
seu desenvolvimento também perante outros países. Nós acompanhamos, também, de
perto o nosso Conselho Municipal de Assistência Social e vimos que esse faz uma
discriminação quanto à oportunidade de esta cooperativa, em comparação com as
ONGs, prestar esse serviço de assistência social. Tanto é, Srª Presidenta e nobres
Vereadores, que a Procuradoria-Geral do Estado, numa análise semelhante,
similar, em outro processo no Governo do Estado, já deu parecer favorável às
cooperativas no sentido de poderem assim proceder.
Eu quero dizer à Presidente Maria Angélica que podem
contar conosco, com o Partido da Frente Liberal, para buscarmos a elucidação
desse descompasso dos direitos iguais; para buscarmos as alternativas
necessárias. Eu até sugiro que a nossa Casa também se insira nesse trabalho.
Uma cooperativa, vejam os senhores, formada por profissionais capazes que fazem
do seu trabalho um ideal para as pessoas excluídas socialmente, não pode ficar
discriminada pelo simples fato de, em vez de ser ONG, ser cooperativa. É uma
opção natural dos cooperativados. Poderia ser uma ONG e estar fazendo o
trabalho, mas, como cooperativa, eles têm o seu direito; e eu acho que devem
lutar por isso: pelo desenvolvimento geral do cooperativismo.
Eu quero dar os parabéns à COPAS pela luta em prol
do cooperativismo e dos excluídos. Isso é um exemplo de cooperativa, e há
aquelas que parece que fazem questão que não funcione. Muito obrigado, e que
Deus ajude vocês e a nós todos a resolvermos isso.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Boa-tarde
a todos e a todas. Verª Maria Celeste, Presidenta da Casa; Srª Maria Angélica
Pigatto, Assistente Social, Presidente da Cooperativa Interdisciplinar dos
Profissionais da Área Social, a gente que milita há muitos anos na área da
Saúde também tem contato com uma série de cooperativas que também fazem parte
dessa área, e vemos que o sistema cooperativado, hoje, é uma excelente e
importante fonte de trabalho, embora com as suas dificuldades, pois nós sabemos
que existem cooperativas e cooperativas. Eu quero associar-me, em nome da nossa
Bancada do PMDB, do Ver. Bernardino, Ver. Sebastião Melo, Ver. Haroldo de
Souza, à sua luta, pois acho que essa é uma luta importante de reconhecimento
social de um trabalho que vem sendo feito - e bem-feito - e que envolve as
pessoas com deficiências, aquelas pessoas que realmente têm uma necessidade
especial e os profissionais da área social. Então, eu acredito que, em virtude
da dignidade, da profundidade do trabalho de vocês, essa situação tem que ser
melhor avaliada, em nível de Conselho, e juridicamente adequada, para que vocês
possam fazer parte. Acho que o caminho é esse, salvo melhor juízo jurídico,
mas, em princípio, acho que existe essa brecha legal para que a pretensão da
Cooperativa seja atendida. Gostaria de desejar muito sucesso para vocês e
saúde.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Maria
Angélica, pelo PSDB, em nome do Ver. Luiz Braz e em meu nome, eu queria te
pedir paciência com os Conselhos em Porto Alegre. Os Conselhos, depois de se
tornarem aparelhos, eles são perenizados, e há uma extrema má-vontade, em
muitos deles, em relação a esse tipo de assunto, e são discriminadores, não só
politicamente, religiosamente, mas também profissionalmente, porque é um
absurdo fazer uma discriminação a uma Cooperativa que tem essa finalidade, que
presta esse serviço, que se propõe a trabalhar numa área em que ninguém quer
trabalhar. É muito difícil a área do deficiente físico e do deficiente
psicológico. Então, essas propostas que nos encantam e nos fazem acreditar que
nós podemos melhorar as relações humanas, por outro lado, elas nos constrangem,
no momento em que há uma obstrução ao processo de pertencimento de uma
cooperativa a uma estrutura de assistência social, com as propostas de
diagnóstico e avaliação, com as propostas de colocação de mão-de-obra e,
principalmente, com o concurso de pessoas capazes, competentes, que podem
realizar, num país em que o elogio à ignorância é a tônica atual de que não é
preciso estudo para nada e que só a intuição das pessoas já é o suficiente.
Isso é um absurdo, e acho que hoje a assistente social ocupa um papel
fundamental, junto com outras práticas interdisciplinares, no cuidado
especialmente das nossas crianças, porque nós temos uma Cidade em que muito
pouco se faz pela criança.
Acho
que a sua proposta é magnífica, e eu queria cumprimentá-la pela sua coragem.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
estimada assistente social Maria Angélica Dias Pigatto, Presidenta da
Cooperativa Interdisciplinar dos Profissionais da Área Social, em nome da
Bancada do PDT, composta pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro,
Márcio Bins Ely, Mario Fraga e este Vereador, fraternalmente nós queremos
parabenizá-la pela forma responsável, serena e tranqüila com que ocupou este
importante tempo da Tribuna Popular, que foi uma grande conquista para a
população da cidade de Porto Alegre.
Eu
quero dizer-lhe, Srª Maria Angélica, que sou cooperativista de nascença, parece
que eu tenho isso no meu sangue, e sempre que posso digo que um dos caminhos
para a mudança deste País é o sistema cooperativista. Espero que tudo o que a
senhora registrou nesta tribuna, através de um pronunciamento claro e
tranqüilo, seja aproveitado. Eu sempre destaco uma cooperativa bem
estabelecida, com transparência, porque o que é o sistema cooperativista? É
cooperar, valorizando o ser humano, valorizando as pessoas. Acho que só assim
nós conseguiremos seguir um outro caminho neste País.
Eu
tenho muito orgulho de presidir a Frencoop, Frente de Apoio ao Cooperativismo.
Nós temos muitos Vereadores desta Casa que também estão engajados no sistema
cooperativista, porque sabem a importância da cooperativa séria. O Ver. José
Ismael Heinen, que trabalha muito com cooperativismo na área de habitação, já
se manifestou. Eu repito: um dos caminhos para a mudança deste País, sem dúvida
nenhuma, é o sistema cooperativista. Quero registrar o nosso abraço, mais uma
vez, em nome da Bancada do PDT, por essa luta que a senhora está
desempenhando e para que a senhora leve essa saudação a toda sua equipe, e que
o sistema cooperativista não deixe de ser a união de uma grande família.
Parabéns!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Em nome da
Bancada do Partido Progressista, dos Vereadores João Antonio Dib, Newton Braga
Rosa e meu, quero dar as boas-vindas à Srª Maria Angélica Dias Pigatto,
Presidenta da Cooperativa Interdisciplinar dos Profissionais da Área Social.
Quando a senhora iniciou a fala, eu já gostei, porque a senhora disse: “Vim
aqui pedir ajuda”. Que coisa bonita! É para isso que os Vereadores aqui estão:
para ajudar a sociedade, para contribuir com a missão da sua cooperativa
interdisciplinar. Nós queremos colaborar, nós queremos verificar por que isso
não está ocorrendo, e, se for na área municipal, nós podemos ajudar muito; se
não for, nós também podemos articular. Então, a senhora está na Casa certa; e
tenha a certeza do nosso apoio. A senhora está numa entidade que propugna pelo
emprego numa Cidade cujo desemprego é elevado; a senhora luta na área social e
educacional em que tanta necessidade temos. Então, a senhora e a sua entidade
merecem todo o apoio desta Casa. Parabéns, e muito obrigado por ter vindo aqui;
é por uma boa causa.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elias
Vidal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELIAS VIDAL: Estimada Verª
Maria Celeste, Presidenta; Srª Presidenta da Cooperativa Interdisciplinar dos
Profissionais da Área Social, a Bancada do Partido da República, juntamente com
outros Partidos e Vereadores, com certeza vai dar o apoio necessário, porque a
Cooperativa por si só, pelo fato de caminhar nessa linha, nessa filosofia,
nessa ideologia de cooperativa voltada para o social, eu acho que é algo que
nós temos a obrigação de apoiar. Temos que apoiar porque vivemos numa
sociedade, num País, num Estado em que somos carentes de tudo. As coisas são
tão difíceis, tão complicadas, e parece-me que sofremos um processo de
entropia, que nós estamos indo do melhor para o pior; tudo está-se degenerando e
ficando cada vez mais difícil. Então, tudo aquilo que vem para somar, no
sentido de resgatar esses valores que vão-se perdendo ao longo da estrada da
vida, nós precisamos apoiar. Por isso, penso que esta Instituição vem também
para dar a sua contribuição, ajudando os necessitados através da solidariedade
e da parceria. Conte com o apoio da Bancada do Partido da República, deste
Vereador, Elias Vidal, e vamos nos somar a outros Partidos e a outros
Vereadores naquilo que for necessário e no que estiver ao nosso alcance para
ajudar esta Instituição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maria
Luiza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA LUIZA: Boa-tarde a
todos. Quero cumprimentar a Presidenta, e ao cumprimentá-la, cumprimento os
Vereadores e as Vereadoras, e todos os presentes e os nossos telespectadores,
fico muito contente em ter hoje nesta Casa a presença da Maria Angélica, uma
pessoa de fibra, uma pessoa de garra. Eu tenho acompanhado, ao longo desses
anos, o trabalho dessa Cooperativa a quem muitos serviços prestei. E quero,
aqui, manifestar todo o meu apoio, neste momento tão difícil e tão necessário,
e o reconhecimento do brilhante trabalho que esta Cooperativa vem prestando
junto ao Conselho Municipal da Assistência Social.
Saibam, desde já, que toda a nossa categoria sempre
é bem-vinda a esta Casa e que temos hoje, aqui, uma Vereadora que é Assistente
Social e que tem um comprometimento com essa categoria. Com certeza, estaremos
nos agregando para que possamos, com muito êxito, acompanhar e chegar a um
resultado positivo junto com o nosso Conselho Municipal da Assistência Social.
Até porque, Maria Angélica, acompanhamos, em anos anteriores, o relevante
trabalho prestado por organizações não-governamentais em nosso Município e que,
infelizmente, tiveram a mesma dificuldade que você está tendo hoje, e que
acabaram procurando seus direitos através do Ministério Público. Parabenizo-a
pela sua atitude de encaminhar essa solicitação de apoio junto a esta Casa - e
com certeza falo em nome de todos os Vereadores - para defender os interesses
da categoria que tem prestado um serviço de excelente qualidade no Município,
em todos os Estados e no Brasil todo. Parabéns pela tua luta, pela tua
caminhada e, acima de tudo, parabéns pelo teu comprometimento. Conte conosco!
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia
Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria saudar,
neste momento, minha colega Assistente Social Maria Angélica. A Verª Maria
Luiza e eu somos Assistentes Sociais, e, como Vereadoras, sabemos o enorme
significado de uma entidade que coloca como objeto do seu trabalho a questão
social num País como o nosso, em que o déficit das políticas públicas tem-se
acumulado enormemente ao longo das últimas décadas e, porque não dizer, ao
longo dos últimos séculos.
Eu também quero colocar-me à disposição, como as
demais Vereadoras e Vereadores, para contribuir na compreensão de que uma
cooperativa é, sim, um instrumento adequado ao desenvolvimento das políticas
que vocês estão colocando como objeto de seu trabalho. Eu acredito que ainda há
uma certa incompreensão quanto às políticas dos órgãos em nível local, mas o
Conselho Nacional e o Plano Nacional de Assistência deixam isso extremamente
claro: vocês se enquadram perfeitamente no perfil. Ainda, nesta semana, o
Prefeito José Fogaça dizia que a Prefeitura de Porto Alegre tem explicitado um
diagnóstico de que o Poder Público, sozinho, hoje, no Brasil, é incapaz de
enfrentar a realidade da exclusão social. Portanto, todas as parcerias de
pessoas profissionais e que têm a causa comum, coletiva, no centro de atuação
são bem-vindos na luta contra a exclusão e a desigualdade neste País. Parabéns!
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Minha cara
Presidenta desta Casa; minha cara Presidenta da Cooperativa, Assistente Social
Maria Angélica, nós temos uma preocupação com um certo nível de burocratização
em algumas de nossas instituições, inclusive em nossos Conselhos. Por isso, eu
pediria à presidência - portanto, eu estou requerendo à nossa Presidenta Maria
Celeste - que se faça um pequeno dossiê
de todas as intervenções
feitas aqui, a começar pela Presidenta Maria Angélica e também dos Vereadores,
que se dirijam estes pronunciamentos ao Conselho para que reveja a sua posição.
De outra forma, também, se necessário for, que se façam algumas modificações
estatutárias ou mesmo a criação de uma entidade para que se possa participar -
no caso de uma negativa total, que eu espero que não; a Bancada do Partido dos
Trabalhadores se coloca à sua disposição. Mas nós queremos reafirmar que é
preciso mais flexibilidade, principalmente quando se conhece uma instituição
que já tem quase uma década de trabalho em benefício da assistência social.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Não havendo mais nenhuma Bancada inscrita - acredito que todas as Bancadas já
se manifestaram -, saúdo novamente a Srª Maria Angélica, e acolho o
Requerimento do Ver. Adeli Sell, que solicita que as notas taquigráficas sejam
juntadas e encaminhadas ao Conselho Municipal de Assistência Social sobre a
demanda que a senhora veio fazer à Câmara Municipal. Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h54min.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às
14h56min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos
ao
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, eu
queria fazer um registro, com muita alegria, sobre um trabalho jornalístico
feito pelo jornal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Esse jornal tem
uma sessão chamada de Atualidade e tem uma das mais preciosas colaborações à
cidade de Porto Alegre, cujo título é: “Monumentos de Porto Alegre estão
sumindo”. Quando o jornal fala que os monumentos de Porto Alegre estão sumindo,
ele noticia que a Secretaria do Meio Ambiente retira peças de bronze antes que
elas sejam furtadas e derretidas. Há uma foto que fala muito mais sobre o roubo
do chapéu de Santos Dumont, ao lado do Monumento do Expedicionário, que está
desaparecido.
O
Jornalista Ademar Vargas de Freitas entrevistou o Professor Luiz Alberto
Carvalho Júnior, Superintendente de Parques, Praças e Jardins da Secretaria do
Meio Ambiente, Engenheiro-Florestal, que disse que está escandalizado com a
situação em que se chegou, qual seja, ter de retirar os monumentos das praças e
colocá-las dentro do Orquidário do Parque da Redenção, uma vez que, se deixadas
lá, todas elas serão roubadas, pois há um mercado, uma demanda de compra muito
grande dos fragmentos dos monumentos, os quais, se derretidos, serão comprados
pelos ferros-velhos, que também fazem parte de uma cadeia de apropriação dos
metais usados nos monumentos de Porto Alegre.
O
Professor e Arquiteto Décio Rigatti, Chefe do Departamento de Urbanismo da
Faculdade de Arquitetura e Coordenador do Curso de Patrimônio Cultural em
Centros Urbanos, atribui essa situação dramática dos monumentos de Porto Alegre
- quem depreda ou picha por não terem noção de vínculo com o que pertence à
Cidade e que deve ser usufruído por todos - ao empobrecimento material e
cultural da população. Ele acha inadmissível que pessoas passem a roubar e
arrancar obeliscos, colunas, bustos, hermas. E há as pessoas que não se
contentam só em roubar; sujam o que está limpo. Não são pessoas movidas apenas
pela fome. Para comprar uma bisnaga de spray pagam um preço muito alto;
não são pessoas que passam fome. São gangues, bandos. Isso dá uma idéia
da difícil relação entre a população e o setor público. Então, a forma de se
vingar das estruturas públicas está na depredação dos monumentos, das cabines
telefônicas, dos orelhões, invadindo postos de saúde, roubando apenas para fins
de depredação, roubando os computadores e quebrando as estruturas de salas de
aula, de postos de saúde e estruturas públicas que estão à mão da população,
como os terminais telefônicos. Eles fazem isso como uma revolta a esse estado
de abandono em que se encontram.
E
quando um monumento como o de Carlos Tenius, aqui nos Açorianos, é pintado
diversas vezes, numa altura inacreditável, é depredado, transformado em cloaca
- uma das coisas mais lindas que a cidade de Porto Alegre tem é esse monumento
-, e não se consegue mais, inclusive não se concebe mais que haja restauração
sem haver a organização de um grande serviço, sem haver a criação de uma
instituição que fique com a responsabilidade de restaurar os monumentos da
cidade de Porto Alegre. Se, por um lado, há essa agressividade da população aos
monumentos, por outro, há uma grande permissividade para com essas pessoas que
depredam monumentos e que fazem pichação, pois nós já temos o 153: o
Disque-Pichação.
Eu
gostaria de me congratular com o Jornal da Universidade pela pesquisa feita e pela
colaboração fantástica para esta Casa, que já tem pronto o material e a
possibilidade de fazer, através de um instrumento sólido, um instituto de
manutenção desses preciosos monumentos, que são a arte, a cultura. Esses
monumentos não podem ficar à mercê do abandono por parte das estruturas
públicas e da agressividade da população.
É
isso que me traz à tribuna, porque eu queria registrar que, raramente, nós
encontramos trabalhos dessa magnitude, dessa competência, desse rigor acadêmico
e, principalmente, a existência de livros como “A Escultura Pública de Porto
Alegre, história, contexto e significado”, de José Francisco Alves, professor
do Atelier Livre da Prefeitura, que denuncia o sumiço desses monumentos, a
permissividade por parte do setor público e, principalmente o adeus que se dá,
através da perda desses monumentos, à história de uma Cidade, uma história tão
rica, que nesta semana completará 235 anos.
Ninguém
sonhava que um dia seus fundadores, esses casais de açorianos que aqui
chegaram, iam transformar aquela pequena vila numa cidade tão linda como é
Porto Alegre, e que mereceria um tratamento muito melhor para seus monumentos,
pois chegamos ao cúmulo de recolhê-los.
Dizia-me,
há pouco tempo, o grande escultor Carlos Tenius que a obra de arte é feita para
a população, ela tem que estar na rua para usufruto de toda a população e não
fechada dentro de uma sala; por isso, quando a colocamos na rua e sofremos a
depredação, achamos que as pessoas que depredam os monumentos não mereciam ter
esses monumentos à sua disposição e nem o usufruto da beleza da arte, da
sensibilidade, da cultura de uma Cidade, da manifestação de inteligência, de
talento, de psicomotricidade fina, maravilhosa, que um artista coloca em sua
obra e que nós damos para os vândalos para picharem e para desmancharem. Isso é
inconcebível numa Cidade que se preza e que se pensa civilizada! Essa
civilização não pode matar a sua inteligência, o seu talento com tal nível de
agressão. E nós devemos lutar contra isso, como nessa chamada de capa do jornal
da Universidade (Lê.): “Monumentos de Porto Alegre estão sendo destruídos.
Prestes a comemorar 235 anos de fundação, a Cidade deixa seu patrimônio
cultural no abandono”.
Lamentavelmente
gostaríamos de falar de uma coisa um pouco mais alegre a poucos dias do
aniversário de Porto Alegre, mas este é o registro que nós queremos fazer,
assim como falar sobre o extraordinário trabalho jornalístico do jornal da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mas, principalmente, da denúncia
feita a respeito da perda cultural incalculável que estamos vivendo com essa
sociedade da pressa, da indiferença e da violência.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Grande Expediente.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queremos saudar os
jovens que acompanham o nosso trabalho na tarde de hoje, e dizer que, neste
Grande Expediente do dia 22 de março, eu optei por falar sobre o Dia
Internacional da Água.
Desde
1992, o planeta destaca uma data especial para lembrar algo que já deveria
estar incorporado às práticas cotidianas: a necessidade de manejar os recursos
hídricos com responsabilidade. Os dados apresentados pela Organização das
Nações Unidas, no documento intitulado Informe da ONU sobre Desenvolvimento dos
Recursos Hídricos, são extremamente preocupantes: um em cada cinco habitantes
do planeta não tem acesso à água potável, e 40% da população mundial não dispõe
de serviços de saneamento básico. A Organização estima que mais de um bilhão de
pessoas em todo o mundo sofre com problemas decorrentes da falta de água e da
contaminação dos recursos hídricos. Mantida a situação atual, mais de 45% da
população mundial não contará com quantidade mínima de água daqui a pouco mais
de 40 anos.
Diante
desses números, a Organização das Nações Unidas escolheu o tema “Lidando com a
Escassez de Água” para marcar essa data. O compromisso com a gestão sustentável
e eqüitativa dos recursos hídricos deve ser assumido pelos Governos e
traduzidos em políticas públicas. Também deve ser assimilado dessa mesma forma
pelo cidadão comum, pelos empreendedores e por todos os setores da economia.
Cresce a adesão de países europeus e latino-americanos a um movimento que quer
pressionar a ONU para reconhecer o acesso à água como um direito fundamental do
ser humano. Esse tipo de declaração com certeza esbarra em interesses de grupos
interessados em contabilizar lucros com o fornecimento de água.
Em
Porto Alegre, o DMAE, órgão da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, conectado
às preocupações mundiais, mas com referência voltada à população, está
implantando um Programa Integrado Socioambiental, que ampliará a capacidade de
tratamento dos esgotos de 27% para 77%. Quando finalizado, representará
significativo avanço na qualidade de vida dos porto-alegrenses e das
porto-alegrenses, pois, ao tratar dos sistemas que hoje lançam mais de 50% dos
esgotos in natura no Guaíba, compatibilizará o fornecimento de
água potável.
Ao
mesmo tempo, o DMAE tem desenvolvido uma série de ações em outro campo
fundamental para a preservação dos recursos hídricos à disposição da Cidade: o
da conscientização. Essas ações estão sendo direcionadas às crianças em idade
escolar, no sentido de estimular a consciência ambiental já na infância.
Diante
dos números apresentados pelos organismos internacionais e nacionais sobre o
desequilíbrio no fornecimento de água, é urgente a conscientização coletiva
acerca das necessidades do uso racional e equilibrado dos recursos hídricos.
Profissionais da área costumam aconselhar a população para ações simples, como
fechar a torneira ao escovar os dentes, reaproveitar a água para tarefas
domésticas, como limpeza de quintais, mas, infelizmente, ainda não criamos a
consciência coletiva da co-responsabilidade no trato de um bem fundamental para
a preservação do ser humano, que é a água.
Eu
ainda queria dizer que todo o esforço feito pela Prefeitura de Porto Alegre no
sentido de sanar as suas finanças públicas, tem como objeto resgatar a credibilidade
junto aos organismos financiadores, para que o DMAE possa desenvolver as suas
atividades de infra-estrutura, de habitação popular e de melhor manejo e
utilização da água.
Portanto,
eu não gostaria de deixar passar esta data, internacionalmente marcada em todos
os países do mundo, sem fazer com que, neste Parlamento, nós também
refletíssemos sobre esta questão.
Nós
sabemos, inclusive, que grande parte das guerras que se avizinham, tem como
base os interesses dos grandes grupos na exploração da águas. Portanto, a nossa
co-responsabilidade se dá em dois níveis: nos atos cotidianos da nossa vida e
na formação da nossa consciência, na construção de mecanismos para que a
humanidade tenha acesso eqüitativo e justo a esse bem fundamental.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Obrigada, Verª Clênia Maranhão.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há 36 anos eu deixava
o cargo de Assessor-Engenheiro do Prefeito Telmo Thompson Flores para assumir,
na plenitude, o meu mandato de Vereador; dia 23 de março de 1971, portanto, o
dia de amanhã. Naquele dia, eu dizia no meu pronunciamento inicial, que eu
repetiria o slogan da minha campanha: “Trabalho, Experiência, Verdade”.
Eu oferecia o meu trabalho, a minha experiência e prometia dizer a verdade.
Passados
36 anos, eu posso reafirmar a minha disposição de trabalhar. Eu posso dizer que
tenho mais experiência, porque, nesses 36 anos, eu saí para ser, novamente,
Diretor-Geral do DMAE; para ser, novamente, Secretário de Transportes; para ser
Secretário de Obras; para ser Secretário do Governo e para ser Prefeito.
Nos
últimos dezoito anos eu permaneço, aqui, na Casa, diuturnamente.
Quando
eu cheguei, a Casa tinha 21 Vereadores. Vinte e um Vereadores e três Comissões:
a Comissão de Constituição e Justiça, a Comissão de Serviços Municipais e a
Comissão de Finanças. Hoje nós temos 36 Vereadores, seis Comissões, e a Casa
não anda.
Com
21 Vereadores nós nunca tínhamos um projeto passando de um ano para o outro,
muito menos do Executivo; com 36 Vereadores hoje, nós temos 137 projetos na
Ordem do Dia. E não são os projetos mais importantes; alguns deles não têm
importância nenhuma, não deveriam nem ser projetos, mas são. Desses 137
projetos que estão na Ordem do Dia, 54 são de 2004. Eu só vou falar de um
deles: Projeto de Lei do Ver. Beto Moesch, que institui o Programa de
Conservação e Uso Racional e Reaproveitamento das Águas nas Edificações. Hoje é
o Dia Mundial da Água, e a Casa não votou esse Projeto!
Naquele
tempo dos 21 Vereadores, talvez pela responsabilidade de dividir entre 21 e não
entre 36... Quando não se quer fazer, se faz uma grande comissão; quando se
quer fazer, se faz uma pequena comissão. Por isso eu sempre tenho dito que nós,
com 21 Vereadores, estaríamos bem, com 11, muito melhor. Temos 36 Vereadores, e
nós estamos aqui com dificuldades de quórum. Esta semana nós encerramos as
Sessões Ordinárias às cinco e meia da tarde na segunda e quarta-feira. Com 21
Vereadores nós não faríamos isso, não faltaria quórum. Nós não votamos, ontem à
tarde, um Veto do Prefeito, apesar de haver quórum para isso. Mas apenas 16
Vereadores votaram.
O
tempo não me mudou em nada, eu continuo com a mesma disposição, eu quero
trabalhar, mas não me deixam! Eu sei que tem mais gente que quer trabalhar, que
eu não sou o único, mas não deixam! Quando é retirado o quórum, quando nós
deixamos 137 projetos na Ordem do Dia e não votamos...
Ontem,
quarta-feira, era dia de votar, segundo dizem aqui; nós votamos dois Vetos,
eram seis. Nós poderíamos ter resolvido seis Vetos, sim, poderíamos entrar na
Ordem do Dia.
Há
Projetos muito importantes entre esses 137: Emendas à Lei Orgânica, Projetos de
Leis Complementar importantíssimos para a vida da Cidade! Eu tenho um Projeto
aqui que pretende regularizar as construções, simplificando a maneira de fazer
essa regularização. Colocam-no na Ordem do Dia, há muito tempo, eu já fiz
Substitutivo para tentar colocar na cabeça dos meus ilustres Pares de que é
preciso votar, que a Cidade precisa disso. No fim do ano colocam, depois tiram
para votar outro. Eu acho que nós precisamos trabalhar!
Dentre
esses 137 projetos tem projeto do ano de 1992 - um, é verdade -, mas tem
projeto do Executivo de 2004, que desafeta áreas de interesse da Cidade e que
tinha que ser discutido neste Plenário! Mas nós não discutimos, porque, às
17h30min, não há mais quórum! E a Sessão normal tem quatro horas e trinta
minutos, nas segundas, quartas e quintas-feiras. Quinta-feira, por Projeto do
Ver. Haroldo de Souza. Antes era nas segundas, quartas e sextas-feiras.
Eu
espero que, nos próximos dias, haja mais entusiasmo, haja mais decisão de
trabalhar, haja mais decisão de votar o que precisa ser votado nesta Casa,
porque o que está acontecendo aqui é uma falta de consideração para com o povo
de Porto Alegre! Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO:
Verª Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos; Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que nos assiste; Ver. João Antonio Dib, quero dizer que V.
Exª tem razão no que coloca. Agora, vou-lhe fazer um apelo para que nós, em
conjunto, possamos votar um Projeto que tramita nesta Casa - se não me falha a
memória, também V. Exª assinou este Projeto -, que altera o nosso Regimento
Interno, facultando-nos entrar de imediato na Ordem do Dia. Só assim, salvo
melhor juízo, Vereador, com todo o respeito pela sua experiência, nós vamos
mudar boa parte do comportamento da Casa, porque, muitas vezes, nós ficamos
aqui até às 18h simplesmente batendo palmas. Aí, também é muito difícil
vivenciarmos os Projetos. Não que essas homenagens também não sejam
importantes, mas eu acho que nós precisamos dar uma linha de prioridade. Por
isso é que esse Projeto que muda o nosso Regimento deve ser observado com todo
carinho. Não lhe fiz uma crítica, apenas uma concordância, fazendo uma
observação no sentido de que esse Projeto é importante.
Srs.
Vereadores, quero aproveitar a oportunidade para cumprimentar o Diretor do DEP,
o Sr. Ernesto Teixeira, que, juntamente com a sua equipe, traz aqui um
demonstrativo, uma explicação - e eu pediria a aproximação da câmera. (Mostra o
documento.) É uma explicação que o DEP traz a esta Casa com relação
ao Projeto que já foi protocolado, para que nós, Vereadores, possamos nos
nortear, possamos, com melhor propriedade, fazer as discussões, a partir do
momento em que ele vem para a discussão. Por que eu quero elogiar o Sr. Ernesto
Teixeira? Primeiro, porque eu acho que ele vem fazendo um trabalho exemplar lá
no DEP. Até outro dia fiquei sabendo que ele recebeu, na madrugada, uma visita
do Ver. Todeschini – a quem quero cumprimentar por trabalhar de madrugada -, e
quero cumprimentar o meu Diretor do DEP por também trabalhar de madrugada;
então os nossos cumprimentos a ambos.
E
aqui o Sr. Ernesto Teixeira, Diretor do DEP, traz aqui uma relação de Projetos
que serão concluídos com verba do Ministério das Cidades, com pagamento em 25
anos e com aporte de 15% do Município. E dentre essas obras vou ler algumas
aqui para que V. Exas saibam da importância, porque nós sabemos que
a cidade de Porto Alegre, com uma chuva um pouco fora do normal, Ver. Dr.
Goulart, alaga; quer dizer, alguns lugares não alagam mais, como ali na Av.
Goethe já não está mais alagando, graças ao nosso Diretor do DEP e à sua equipe
evidentemente.
Mas
o Sr. Ernesto Teixeira pretende nos mostrar aqui que teremos manutenção na rede
de macrodrenagem da Av. Panamericana; reforma na Casa de Bombas da Vila
Farrapos; da Casa de Bombas nº 5, no bairro Navegantes; reforma na Casa de
Bombas nº 3, que também é no bairro Floresta; aquisição de equipamentos para
medição da intensidade da chuva e do nível de água nas casas de bombas; a rede
pluvial da Rua Frei Germano, e por aí vai. Então, assim, sem querer desmerecer
evidentemente os demais executivos do nosso Município, mas ressaltando esse
procedimento de vir a esta Casa e trazer o trabalho de forma explicativa,
didática, nos facilita. E é por isso que quero cumprimentá-lo duplamente. Vejam
que esse trabalho deverá servir de exemplo aos demais para que tenhamos mais
facilidade para entender os Projetos. Sabemos, muitas vezes, que os Projetos
vêm aqui com pouco tempo, com pouco prazo e há dificuldades, sim, de todos os
Vereadores, de fazerem os seus entendimentos. E esse procedimento deve ser
seguido, como exemplo, por outros Secretários e outros Diretores.
Cumprimento-o,
mais uma vez, Diretor Ernesto Teixeira, eu que, de vez em quando, reclamo, e S.
Exª me responde com a mesma intensidade. Eu quero cumprimentá-lo, desta vez,
pela forma e pelo exemplo que vem trazer o assunto a esta Casa. Tenho certeza
de que a partir de agora outros farão da mesma forma, porque só assim,
Vereadora-Presidente, nós vamos trabalhar com mais agilidade e atender,
inclusive, aquilo que estava reclamando o nosso Ver. João Antonio Dib.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Bernardino Vendruscolo.
Passamos
às
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Luiz Braz.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, Verª Neuza; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras;
senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e pelo Canal 16, TVCâmara,
queria saudar a todos; eu quero saudar também, com muito carinho, o Diretor do
DEP, Dr. Teixeira, um grande amigo que tem atendido, de uma forma muito
cordial, a todos nós, Vereadores desta Casa. Fica aqui, de público, o nosso
agradecimento, o nosso reconhecimento; quero que V. Sª transmita à sua equipe o
agradecimento pela forma como sempre nos atendem.
Eu
quero ler uma mensagem, no dia de hoje, e quero que meus colegas Vereadores
prestem atenção, que eu acho de extrema importância para a Casa e para a cidade
de Porto Alegre (Lê.): “Vimos, através desta missiva, dividir a nossa alegria
pelo sucesso que conquistamos com o DVD ‘ao Vivo em Porto Alegre’, gravado no
Anfiteatro Pôr-do-Sol, dia 2 de julho de 2006.
Este
produto videofonográfico teve como tema o pôr-do-sol de Porto Alegre. O
espetáculo foi em duas partes: o show/dia, em que se valorizou o aspecto
geográfico local e o horário mágico - o anoitecer; no show/noite valorizou-se a
iluminação especial contratada, com um magnífico encerramento com fogos de
artifício, um verdadeiro show pirotécnico. Nos extras: making of, clipes especiais, realizamos também
um passeio com ônibus da Estur/Carris pela rota turística de Porto Alegre.
Esse
esforço nos rendeu uma honrosa indicação ao Prêmio Açorianos, evento da
Secretaria Municipal de Cultura, estando na sua 16ª edição, a realizar-se às 20
horas do dia 20 de março, nas dependências do Theatro São Pedro. A crítica
nacional considera esse evento um verdadeiro Grammy regional.
Essa
indicação como ‘melhor DVD do ano’ premia uma equipe que inclui gravadora,
artistas e a direção de Edson Erdmann - gaúcho de Porto Alegre, hoje diretor da
Rede Globo - RJ.
Queremos,
então, registrar junto à Câmara de Vereadores o nosso agradecimento público
pelo apoio recebido de vários órgãos municipais e de pessoas da gestão atual,
principalmente da SMAM e do DMLU, que nos proporcionaram um apoio logístico de
fundamental competência.
Queremos,
também, estender o agradecimento à pessoa do Ver. Ervino Besson, que aceitou o
nosso convite, e a outros Vereadores que se fizeram presentes, assistindo ao
espetáculo, prestigiando o nosso evento.
Atenciosamente,
e com muito carinho a todos os Vereadores e Vereadoras, Tchê Barbaridade
produções Ltda; Paulo César Bombassaro, Diretor”.
Meus
caros colegas Vereadores, estimado e querido Paulinho, eu, sempre que posso,
digo que a simplicidade e a grandeza das pessoas são demonstradas pelos seus
atos. V. Sa., com simplicidade e grandeza, mandou esta correspondência a esta
Casa, agradecendo e reconhecendo esta Casa perante os órgãos públicos.
Mas
quero dizer a V. Sª que acho que nós, como Vereadores desta Cidade, que representamos
esta Cidade de Porto Alegre, é que temos de agradecer a vocês, pela grandeza de
vocês em destacar os órgãos públicos - nós também temos de ter essa grandeza. E
é o que faço, neste momento, permitindo-me, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, falar em nome da cidade de Porto Alegre, destacando o trabalho e a
cultura do Grupo Tchê Barbaridade.
O Grupo Tchê Barbaridade gravou o primeiro DVD aqui no Anfiteatro Pôr-do-Sol. E digo mais, esse conjunto, que se apresenta em diversos Estados deste País, em capitais, sempre leva no peito a história de Porto Alegre e a história do Rio Grande do Sul.
Portanto,
caros colegas, está sendo entregue um DVD a cada um dos Vereadores e Vereadoras
para que tenhamos a oportunidade de assistir ao primeiro DVD gravado aqui,
próximo à Câmara Municipal, no Anfiteatro Pôr-do-Sol.
Meu
caro Paulinho, em nome da Cidade, em nome do Rio Grande do Sul, em nome dos
gaúchos e gaúchas, receba, aqui, a nossa consideração, o nosso carinho e o
nosso abraço. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. José Ismael Heinen
está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ
ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público que nos assiste, e, de modo especial, público do Colégio
Militar, presente aqui conosco; é com muita honra, nobres colegas, que uso este
momento de Liderança do meu Partido, o Partido da Frente Liberal, para prestar,
rapidamente, uma justa homenagem ao nosso Colégio Militar.
Já estamos requerendo uma Sessão Especial para o dia 17
de abril, mas o Colégio Militar, hoje, está completando 95 anos. Ele foi criado
dia 28 de fevereiro de 1912, mas o dia 22 de março foi escolhido por ter sido
ministrada, nessa data, a aula inaugural. O
nosso Colégio Militar, todos nós conhecemos, mas é importante trazer às suas
devidas considerações nesta data importante. Hoje o seu Comandante é o Coronel
Fernando Vasconcellos Pereira. O nosso Colégio Militar é formador de uma vasta
gama de pessoas ilustres do nosso País. Lá, na época da Colônia, temos, para
citar alguns, Marechal José Antônio Corrêa da Câmara, redator da Lei Áurea,
também originário do estudo do Colégio Militar; na área da Educação, em Porto
Alegre, a gente fala no Colégio Parobé, é o nome do Capitão João José Pereira
Parobé, que fundou diversas instituições em Porto Alegre, como o Colégio Julio
de Castilhos, a Escola de Engenharia, de 1896, e também foi aluno do nosso
Colégio Militar; o tradicionalismo, com o nosso Major João Cezimbra Jacques,
Patrono do Tradicionalismo Gaúcho. Portanto, ele também é carinhosamente
chamado como o Colégio dos Presidentes da República; sete Presidentes da
República tiveram assento nos bancos escolares do nosso Colégio Militar.
Getúlio Vargas foi o pioneiro dos Presidentes da República, oriundos do nosso
Colégio Militar; Eurico Gaspar Dutra, que sucedeu Getúlio Vargas; Humberto
Castelo Branco; Arthur da Costa e Silva; Emílio Garrastazu Médici - no seu
Governo o PIB subiu 11% - aliás, o PIB que hoje estamos comemorando, deu um
salto de qualidade; amanhecemos ricos, hoje, tem emprego para todo o mundo, com
um PIB calculado diferente em nosso Brasil; Ernesto Geisel; João Baptista
Figueiredo e tantos outros. Mas também temos eminências civis, como o nosso
maior poeta, Mário Quintana; o nosso grande artista plástico, Vasco Prado; e
assim nós vamos indo nessa gama de pessoas ilustres do nosso Brasil que tiveram
o seu fundamento no Colégio Militar, no Ensino Fundamental. No Esporte, o
primeiro campeão de Porto Alegre foi o Militar Futebol Clube, composto por
alunos, na época, do Colégio Militar, em 1910; o Estádio Ramiro Souto, onde
muitos aqui jogaram o seu futebolzinho lá nas tardes e noites de Porto
Alegre ali na Praça da Redenção, foi construído pelo Colégio Militar.
Atualmente, meus Senhores, o nosso Colégio Militar tem cerca de mil alunos,
constituído, aproximadamente, de 57% de meninos estudantes e 43% de meninas.
O ingresso desses jovens acontece na 5ª série do
Ensino Fundamental através de Concurso Público aberto a toda a população
brasileira. Ministra, hoje, uma educação básica normal no País, porque aquilo
que a gente tem falado muito na nossa Educação sobre o Ensino Fundamental, em
que o Ensino Médio é a base da formação dos nossos futuros líderes é que faz
com que as diferenças sociais desapareçam. Este é o Ensino Fundamental forte do
Colégio Militar, que tem como princípio, entre outros, respeito à ordem, à
organização, à honestidade, à honra, à ética, à lealdade, mas isso tudo dentro
de um clima de afeto e amizade. Outro cabedal imenso do nosso Colégio Militar -
44,79% de aprovação nos vestibulares da UFRGS -, quer dizer que de cada dois
alunos, um é do Colégio Militar e passa no nosso vestibular sem fazer cursinho;
forma os estudantes gaúchos para o Instituto Militar de Engenharia, a ETA, etc.
O ENEM, em 2005, classificou-o como primeiro educandário no Brasil. E, no ano
passado, fomos o décimo primeiro. Mas, no Rio Grande do Sul, continua como o
primeiro.
Finalizando, Srª Presidenta, eu gostaria de
homenagear o nosso querido Colégio Militar, que a Associação do Casarão da
Várzea, formado por ex-alunos, em um pensamento do nosso fisioterapeuta,
escritor e cientista, Augusto Cury, diz: “Ser educador é ser um poeta do amor;
educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro; educar é semear com
sabedoria e colher com paciência”. Que esta Instituição continue espalhando
pelos seus caminhos a semente da sabedoria, do afeto e dos valores éticos,
condições primordiais para a formação de uma pátria livre e soberana. Parabéns
ao nosso Comandante Militar do Sul, Gen. Carlos Alberto Pinto Silva; ao
Comandante do Colégio Militar, Cel. Fernando Vasconcellos Pereira e, de uma
maneira carinhosa, presentes aqui, representando o Colégio Militar de hoje,
Tenente Bassan; Tenente Ana Anita; Sargento Benhur; Sargento D’Ávila; aluno
Tirlo; aluno Romero; aluno Sávio; aluna Cony; aluna Lúcia e aluna Marina,
parabéns. Parabéns a todos vocês; vida longa ao nosso Colégio
Militar e a todos os seus integrantes. Muito obrigado e agradeço a
condescendência de V. Excelência.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver.
José Ismael Heinen.
O Ver. Alceu Brasinha está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Srª Presidente, Srs. Vereadores e senhores que nos
assistem; venho mais uma vez aqui nesta tribuna para falar a respeito da Av.
Baltazar de Oliveira Garcia, que é um verdadeiro pesadelo para os moradores,
para os comerciantes, para o empresário, para o dono de posto de gasolina, dono
de farmácia. Meus amigos, esse problema não é de agora, começou lá em 1998 com
o Projeto original, que não previa a duplicação da ponte. Levaram três anos
para começar as obras da duplicação da ponte - começou em março de 2002 e terminou
em março de 2005. Foram três anos, Ver. Dib, para concluir uma simples ponte,
que não mede mais do que cem metros. Esse Projeto era do então Governador
Olívio, lá em 1998; depois veio o Governo Rigotto - que era o paz e amor -, que
simplesmente levou três anos para concluir a obra. Pois bem, aí o comércio
achou que começaria a trabalhar, mas não, não teve condições. Começou a Linha
Rápida Baltazar de Oliveira Garcia, que é uma verdadeira linha tartaruga, e não
há mais condições para se trabalhar, porque o comércio, os empresários estão
com dificuldades tremendas. Ontem mesmo nós tivemos uma Audiência Pública com a
Deputada Stela Farias, que promoveu essa discussão lá, com a presença do
pessoal do Governo, que não levou a solução nenhuma. Pois bem, meu amigo, ontem
de manhã eu estive com o
Prefeito Fogaça, e pedi a ele que interviesse, levando-nos a uma audiência com
a Governadora. Quero dizer que estou contando com o apoio do Prefeito Fogaça
para nos levar até a Governadora Yeda, porque em 81 dias de Governo, até agora,
ela não se mexeu! Minha gente, até agora ela não disse ao que veio, porque não
fez nada pela Av. Baltazar de Oliveira Garcia! Está todo mundo quebrado, está
todo mundo desesperado. Eu sou um desesperado, não sei mais o que fazer, não
sei mais com quem falar.
Então,
quero dizer que em 81 dias de Governo não fizeram nada. E agora, meus amigos,
vão passar, quem sabe, mais 365 dias e ninguém vai se mexer? Se começarem hoje,
vão levar mais um ano, e aí, quem vai pagar a conta? Quem vai pagar a luz? Quem
vai pagar a água? Não tem, não tem! Então nós temos que bater na porta da
Governadora e pedir uma solução imediata; tem que ser imediata, porque ela como
autoridade máxima, Governadora, tem que resolver o problema da Av. Baltazar de
Oliveira Garcia. Não adianta nós fazermos caminhadas na Av. Baltazar, não
adianta, porque nada está sendo resolvido; os moradores e os comerciantes estão
indignados com tantas reuniões em que nada se resolve!
Então,
minha gente, eu quero dizer que realmente nós precisamos do apoio de todos
vocês, mesmo a obra da Av. Baltazar de Oliveira Garcia não sendo do Governo
Fogaça, o Secretário Maurício Dziedricki está lá tapando os buracos.
Peço
esse apoio ao Governo Fogaça, que intervenha e nos leve até a Governadora para
resolvermos esse problema, que é um problema sério. Não é um problema só meu, é
um problema de milhares de pessoas que passam todos os dias ali; não há mais
condições. (Palmas.)
Quero
agradecer aos Senhores, e dizer aos amigos que ontem eu estava na Audiência
Pública, juntamente com o Ver. Todeschini, mas tive que sair antes para
resolver alguns problemas. Mas agradeço aos Vereadores, agradeço a todo mundo
que estava lá, em nome desta Casa, em nome da Presidenta, em nome dos
Vereadores. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.
O
SR. NILO SANTOS: Exma
Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, venho a esta tribuna, hoje, compartilhar algo que eu creio que seja
uma vitória para todos os políticos desta Cidade, independente de Partido,
independente da bandeira que defendem. A entrega das casas para essas famílias
na Zona Norte é uma conquista de todos nós; não apenas do Governo Fogaça, mas é
uma conquista também do Governo anterior, uma conquista de todos aqueles que
trabalham em favor de toda a sociedade porto-alegrense.
Eu
gostaria de ler algo que foi registrado na Zero Hora do dia 21 de março, sobre
o testemunho de uma senhora que também foi contemplada com uma casa. (Lê.):
“Com parte dos móveis exposta ao mau tempo, a mãe de Nathália, cinco anos,
ajeitava os armários da cozinha e sonhava deixar o quarto bonito para receber a
filha ao fim do dia, quando retornasse da moradia da avó. Depois de seis anos
em uma casa de madeira na Voluntários da Pátria, a família de Luana é uma das
163 que ganharam uma morada de alvenaria no Loteamento Dona Teodora, no
Navegantes, na Capital. ‘Isto aqui é uma bênção. Lá tinha lixo, mosquito, rato,
e quando chovia entrava água no corredor. Aqui é tudo limpinho, bonitinho’,
comemorou Luana, com orgulho de ser a dona da casa 32, do Loteamento na rua
Dona Teodora, 1.066. Para a estudante, esses dados fazem a diferença. ‘Antes eu
não tinha endereço. As cartas precisavam ir para a casa de minha mãe. Não tinha
rua, não tinha número, nada.’”
Na
realidade, não foram entregues apenas as casas para essas pessoas, mas eu creio
que foram entregues a elas dignidade, um lugar onde podem criar e educar seus
filhos. Eu parabenizo, aqui, este Governo, parabenizo todos os políticos,
porque no momento em que é entregue uma casa para uma família, Ver. Mario
Fraga, V. Exª que é tão empenhado em defender as comunidades mais carentes,
no momento em que um Governo consegue entregar uma casa para uma família, na
realidade isso fica bom para todos nós que trabalhamos arduamente para ver esta
Cidade melhorar, para ver as famílias terem uma vida melhor. Parabenizo aqui o
Diretor do DEMHAB, Nelcir Tessaro, parabenizo todos os técnicos envolvidos
neste trabalho, parabenizo também essas famílias que, através da sua luta e de
seu empenho, colocaram seus sonhos neste projeto e hoje conseguem estar numa
casa melhor.
Entregar uma casa para uma família que necessita é
entregar a ela o direito de continuar sonhando com um futuro melhor, é entregar
a ela o seu direito de poder criar seus filhos num ambiente seguro, tranqüilo,
limpo. Então todos nós, independente de Partidos, nesta tarde, estamos de
parabéns, porque Porto Alegre conseguiu avançar, Porto Alegre conseguiu crescer
entregando essas casas para essas famílias.
Também temos aqui mais 405 famílias a serem
beneficiadas com obras em andamento em Porto Alegre; e para 799 famílias com
obras a serem iniciadas ainda neste ano de 2007. É um grande salto que estamos
dando, e creio que isso não é apenas opinião da Bancada de apoio ao Governo,
mas também da Bancada de oposição, porque isso na realidade é um trabalho que
vem sendo construído há anos, e hoje estamos vendo essas famílias contempladas com
esse grande prêmio que é sua casa. Muito obrigado. Boa-tarde a todos.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo desta Vereadora.
O SR. CLAUDIO SEBENELO:
Srª Presidente, Neuza Canabarro, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores; Ver. Dr. Raul, Presidente da Comissão de Saúde,
nós fomos ontem visitar a Associação Rio-Grandense de Proteção aos Animais,
antiga organização não-governamental que pertenceu desde 1949 à Dona Palmira Gobbi Dias.
Lá ficam alojados inúmeros animais, especialmente cachorros e gatos: sessenta,
setenta cachorros e mais ou menos esse número de gatos. O que nos deixa
absolutamente preocupados é a distância que existe entre o convênio firmado por
essa instituição com a Prefeitura de Porto Alegre e a forma como se tratam os
animais na cidade de Porto Alegre.
Eu estou tentando entrar com um Projeto nesta Casa
para a criação do SOS Animal. Nós ainda estamos exterminando os nossos animais
ao invés de curá-los e tratá-los, já que existe uma ciência absolutamente
competente chamada veterinária e que hoje tem tecnologia de ponta, e hoje tem
química fina, hoje tem antibiótico, tem cortisona e tem uma série de
substâncias que podem melhorar e prevenir as doenças dos animais, forma de
prevenir e tratar as zoonoses que vão atingir os seres humanos. Mas não o
fazemos, e se o fazemos é em caráter absolutamente precário, em que os itens
dos convênios assinados entre a Prefeitura e as organizações não-governamentais
não são cumpridos; onde o tratamento dado àqueles animais é aquilo que as
pessoas acham que deva ser dado a si próprio, tal a falta de auto-estima, tal a
falta de consideração com os animais e principalmente a filosofia de que todo o
animal, por custo maior ao Estado, por custo maior às pessoas, deva ser
exterminado em massa, deva ser eutanasiado, porque nós não temos na cidade de
Porto Alegre ainda uma política que inverta a atual relação, especialmente a
ideologia de que os animais devam ser sacrificados quando não tem mais lugar,
ou quando estão doentes. Como se não existisse a veterinária ou como se não
existisse a geração desses animais em proporções matemáticas e, principalmente,
como é necessário o tratamento e a esterilização desses animais para que sua
reprodução não possa ocorrer como fonte de zoonoses na cidade de Porto Alegre
em uma escala, em uma explosão demográfica muito maior e muito mais lesiva aos
interesses de uma população. Mas, principalmente, quem trata bem seus animais,
trata bem os seus semelhantes. Quem tem amor pelo próximo trata bem os animais,
e é isso o que está faltando à cidade de Porto Alegre.
O grande pensador e Ministro da Educação francês
que, anteontem à noite, pronunciou uma conferência memorável na Reitoria da Universidade,
terminou dizendo que educação é fundamental quando junta três condições para a
sua disseminação. A primeira é o amor, a segunda é a lei e a terceira é a
cultura. Juntem-se esses três e teremos um tratamento muito melhor para a nossa
gente, teremos um tratamento muito melhor para os nossos animais, teremos a
disseminação de uma cultura que confere foro de civilidade ao povo que está
cansado da violência urbana e principalmente da agressão ao meio ambiente.
Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta
Verª Neuza Canabarro, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
primeiramente, eu quero me somar
às manifestações
anteriores sobre o Dia Mundial da Água e quero homenagear os servidores do
DMAE, porque acho que os dirigentes são transitórios. E aqui falo olhando para
três ex-Diretores: Ver. João Antonio Dib, Ver. Carlos Todeschini e o Ver.
Guilherme Barbosa. Os dirigentes passam e os servidores continuam. E aqui está
a prova cabal de que pode dar certo o serviço público numa empresa como o DMAE.
Acho
que o DMAE é um exemplo de bons serviços na água, aqui em Porto Alegre, e há de
expandir muito mais a questão do esgoto, que é tão importante quanto a questão
da água.
Segundo,
Srª Presidenta, eu também queria registrar nesta tribuna que estarei fazendo um
ofício dirigido à Mesa Diretora desta Casa, ainda esta tarde, ou amanhã pela
manhã, sugerindo para que se aproveitasse aqui na Casa - num convênio que eu já
venho acompanhando, que a Corag tem feito, que parte da Prefeitura, Srª
Presidenta, tem feito -, aqueles que estão cumprindo pena no regime
semi-aberto, no regime aberto, que poderão ser jardineiros, pedreiros,
carpinteiros, pois a Casa, que discursa muito a favor da ressocialização,
pudesse dar o seu exemplo, porque, senão, nós ficamos só no discurso. Se puder
conveniar e tiver três jardineiros que estão no sistema prisional, eu acho que
nós estaríamos fazendo a nossa parte. Então, eu farei hoje este ofício,
sugerindo que a Mesa analise com as Lideranças aqui da Casa. Acho que será uma
sinalização importante para nós tentarmos ressocializar pessoas que, num
determinado momento, cometeram um delito, foram ao presídio, cumpriram a sua
pena, estão no regime semi-aberto, possam trabalhar; acho que a Casa faria a
sua parte.
Por
último, eu quero dizer que eu vejo, no dia de hoje, na capa do jornal Zero
Hora, bem como na capa de outros jornais, a questão trazida pelo Palácio
Piratini sobre o atraso dos salários mais altos e corte nos outros Poderes.
Primeiro, não há nenhuma novidade nisso, porque essa questão de atraso de
salários já aconteceu em Governos anteriores. A verdade é que nós já chegamos
no fundo do poço. Podem ser feitos, aqui, 200 discursos sobre o porquê de nós
termos chegado no fundo do poço, mas o que eu quero saber é quais são as
soluções para que o Rio Grande do Sul possa sair desse atoleiro? E eu quero,
aqui, rapidamente, colocar as minhas posições.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Vereador. Eu quero me referir à primeira parte do
discurso de V. Exª, antes que V. Exª ingresse na segunda parte, é bom que eu a
ressalte. Eu quero me congratular com a idéia de V. Exª e, se puder, eu
assinarei o ofício encaminhado à Mesa, porque é extraordinariamente importante
essa sugestão.
Ontem,
eu estive lá na Faesp, a Fundação de Apoio aos Egressos do Sistema
Penitenciário. Eu, um Juiz, e uma ilustre Promotora discutimos com os próprios
egressos, cerca de 30, essa situação, e eles, realmente, não podem ter carteira
assinada, e nem o “nada obsta” da Justiça. Eles têm um convênio com o Detran,
que, graças a Deus, lhes dá uma espécie de estágio, para que eles não voltem novamente
para o crime. E é isso que nós temos de ressalvar, porque a imprensa só aponta
aqueles que, em liberdade condicional, voltam a delinqüir; não apontam aqueles
lá que são maravilhosos, que estão trabalhando e querem voltar ao convívio da
sociedade! Então, pontos para Vossa Excelência!
Em
segundo lugar, eu também convido V. Exª, para, junto conosco, junto com a
Câmara de Vereadores, começarmos uma grande campanha para mudar o art. 15, inc.
III, da Constituição Federal, que impede os presos de votarem. Eles são punidos
duas vezes: pela punibilidade, pelo crime, na questão penal, e punibilidade ao
direito à cidadania! Só votam os que estão em liberdade provisória! E, assim
mesmo, porque, no ano passado, deram a eles a condição de voto! Eu quero
aliar-me a V. Exª e quero que V. Exª também se alie nessa outra luta! Muito
obrigado pelo aparte.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Nereu.
Eu
fico, de certa forma, Presidenta, prejudicado, porque eu gostaria de fazer uma
análise, aqui, sobre a questão do Estado, mas vou deixá-la para outro momento.
Eu quero dizer, Ver. Nereu, que eu aceito, sim, a
sua parceria, e convido os demais Vereadores, pelo seguinte: hoje, há um
convênio na SMAM, como há na Corag,
como tem no DETRAN, possibilitando que aqueles presos que estão, principalmente
no albergue Pio Book, que é o regime semi-aberto, possam prestar serviços; com
isso, eles estão tentando voltar à vida da sociedade. Então, eu acho que a Casa
pública, plural, da cidade de Porto Alegre, que usa esta tribuna para dizer que
é justo que o preso tenha trabalho, se ela pode oferecer três vagas, se ela
pode oferecer quatro vagas, que faça a sua parte, porque ela vai ter crédito
para poder construir com outros parceiros da cidade de Porto Alegre o incentivo
para essa questão. Eu não vou deixar, vou voltar a esse assunto, talvez
segunda-feira, porque eu quero colocar aqui as minhas posições, só vou anunciar
a ementa dessa questão na minha avaliação.
As
questões do Rio Grande são estruturais, federativas e, se elas não forem
enfrentadas dessa forma, é “conversa mole para boi dormir”! Não é cortando meia
dúzia de coisas que nós vamos resolver! O Estado arrecada muito, e a União leva
esses recursos e devolve em migalhas! E nós, gaúchos, temos que nos indignar em
relação a essa posição que não é só do Governo do Lula, são dos Governos do
Brasil, que ao longo do tempo trataram o Brasil como um País imperial e não
federativo. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Obrigada, Ver. Sebastião Melo.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo da Verª Sofia Cavedon.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores, colegas Vereadoras,
venho à tribuna, neste período de Comunicações, para trazer aqui a denúncia de
um conjunto de fatos graves que aconteceram nesta semana em Porto Alegre, fatos
esses que vêm-se repetindo com muita freqüência. Na terça-feira, fomos
procurados na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos por uma
comunidade da Zona Norte, região do Porto Seco, que estava sendo, literalmente,
agredida pela Guarda Municipal, por funcionários da SMIC, numa ação de despejo,
constatada por nós, totalmente irregular, pois não havia nenhuma ordem judicial
para essa ação de despejo, bem como, naquela comunidade, segunda-feira e hoje -
que é o Dia Internacional da Água, nós temos que saudar e defender esse bem da
humanidade -, naquele momento, as pessoas, as mulheres e as crianças lá
presentes foram despejadas, as suas casas foram destruídas, as suas comidas
foram retiradas e foram jogadas no “olho da rua”. Essas senhoras recorreram à
Comissão de Direitos Humanos - em torno de 22 famílias, com mulheres e crianças
-, pois foram deixadas, pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, no leito da
rua, no meio da chuva de terça-feira. Vereador Dr. Goulart, o senhor que é da
base do Governo; Ver. Nereu D’Avila, o senhor que é da base do Governo, nós não
podemos aceitar fatos como esses, de ser feito um despejo na base da truculência.
Estava lá a Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio, Ver.
Sebastião Melo, com a Guarda Municipal, derrubando as casas, os barracos
provisórios onde estavam acampadas essas famílias, e crianças e mulheres sendo
deixadas no leito da rua, no meio da chuva. Mais do que isso: algumas dessas
mulheres estão grávidas e foram agredidas pela Guarda Municipal. Está aqui o
registro policial feito pelas mulheres lá presentes, como vítimas, como a Srª
Daniela Cristina dos Santos, entre outras. Fizeram as suas denúncias,
registraram na polícia e foram ao Instituto Médico Legal. (Mostra documento.)
Dentro daquele contexto, quando tanto se fala no Governo integrado, o DEMHAB
não estava presente, a FASC não estava presente e, naquele mesmo momento, a Diretora
Brizabel, da FASC, estava lançando, com o Sr. Prefeito Municipal, um programa
para retirar as crianças da rua. Enquanto isso, a Guarda, junto com o Governo
Municipal, estava agredindo as mulheres e jogando um conjunto de crianças
(Mostra fotografia.) - eu gostaria de que a câmera mostrasse, por favor - e
mulheres no leito da rua, na chuva.
O
Sr. Guilherme Barbosa: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) E a Prefeitura colocando mais
crianças na rua, inclusive. Eu fico muito preocupado, Ver. Comassetto, que nós
tenhamos instituído uma Guarda Municipal, agora armada, para que venha a
promover ações como essa, de agressão à comunidade. Em vez de servir para
proteção dos espaços públicos, dos bens públicos, passou, agora, a agir como
mais um braço da Brigada que, de vez em quando - não sempre, felizmente -,
agride as pessoas ao invés de protegê-las. E quero lamentar que os órgãos que
deveriam acompanhar as pessoas e levá-las para algum local adequado, não
estavam lá, deixando apenas a agressão, que agora vem também por parte da
Prefeitura.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Ver.
Guilherme Barbosa, Srª Presidenta, para concluir, para surpresa minha, lá
estava também a Brigada Militar armada, dando suporte, e sem autorização
judicial, para fazer essa ação de despejo. As famílias ficaram na rua, foram
para a FASC, “tomaram um chá de banco” e, por pressão da Comissão de Direitos
Humanos e dos demais Vereadores que nos auxiliaram nesse ato, pousaram lá na
FASC; ontem “tomaram um chá de banco”, novamente, na Prefeitura, e neste
momento estão lá no gabinete do Secretário Busatto para tentar encontrar uma
solução.
Portanto,
vir aqui dizer que estão-se fazendo programas de Habitação, principalmente
aqueles programas que ficaram prontos, da nossa Administração, nós, lá da
Comissão de Direitos Humanos, e ainda quando éramos da CUTHAB, queremos
respostas: como está o problema da Granja Kaiser, da Santa Mônica, do Lami, da
Unidão, do Ferroviários, do Beco do Buda, da Cooperativa Anita Garibaldi, da
Vila Cavalhada, da Icaraí II, do Túnel Verde, da Vila Ceres, da Amazônia, da
Otto Ernst Meyer, dos assentamentos da Atilio Supertti, e eu poderia ler as
outras 50 comunidades que batem nas nossas Comissões.
Portanto,
concluo, dizendo: nós não podemos aceitar essa política de intolerância,
principalmente na semana em que comemoramos o Dia Internacional contra a
Discriminação Racial, a Xenofobia e as outras formas conexas de intolerância.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Carlos Comassetto.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Valdir Caetano.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu agradeço o tempo
cedido pelo Ver. Valdir Caetano, que me permite voltar a esta tribuna para
falar, mais uma vez, de algumas questões que estão em andamento na nossa
Cidade. Eu acompanhava, do meu gabinete, pronunciamentos de alguns Vereadores
que se referiam a uma realidade extremamente complicada que está vivendo uma
das principais vias da nossa Cidade, refiro-me à Av. Baltazar de Oliveira
Garcia.
Eu
me recordo que, alguns anos atrás - acredito que no Governo do ex-Prefeito João
Verle, quando o ex-Deputado Estilac Xavier era o Secretário de Obras -, nós
vivemos em Porto Alegre uma situação muito dramática na Av. Assis Brasil.
Recordo-me muito da presença, da pressão da Associação dos Empresários da Zona
Norte, do desemprego que havia sido gerado naquela região da Cidade, por causa
exatamente de uma obra do Governo numa das mais importantes avenidas da nossa
Cidade. Na época, eu tive uma audiência com o Prefeito sobre isso, e essa
realidade inclusive me instigou a fazer uma Lei - legislação pioneira no Brasil
- em que se procura fazer um estudo do impacto sócio-econômico sobre a vida das
pessoas quando há uma construção, uma obra.
Na
nossa Cidade, hoje, nós estamos com inúmeras obras, basta andar pela Cidade, em
várias regiões, para vê-las. Mas temos uma obra que é enorme, a do Conduto da
Álvaro Chaves, e, em todo processo do Conduto da Álvaro Chaves - eu tenho
acompanhado isso muito de perto -, o DEP tem procurado sempre, antes de
trabalhar numa rua, reunir-se com os moradores daquele local, procurando
compatibilizar a sua vida, o seu cotidiano, os problemas do seu dia-a-dia, com
a necessidade de mexer na infra-estrutura daquela rua. E nós só estamos podendo
fazer essa obra graças à eficiência da nossa gestão, do nosso Governo, no que
se refere ao saneamento da nossa Cidade. Foi exatamente a possibilidade de
recuperar a imagem, a credibilidade da Prefeitura de Porto Alegre perante o
Banco Mundial e ao BID, que tem permitido o andamento de obras como a 3ª
Perimetral; que tem permitido a construção de habitações populares; que tem
permitido um enfrentamento de graves e antigos problemas que estão sendo
tocados pela nossa Cidade. Eu estou falando tudo isso porque há uma obra que,
infelizmente, está criando um transtorno bárbaro - o Ver. Alceu Brasinha, que é
daquela região, tem sido um baluarte nessa discussão. Essa obra da Av. Baltazar
de Oliveira Garcia é uma obra do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, mas é
também uma obra da nossa Cidade, e é exatamente preocupado com isso que o
Prefeito José Fogaça tem procurado fazer uma série de negociações no sentido de
minimizar os problemas que são criados por aquela obra do Governo do Estado,
ainda do Governo passado, e agora no Governo que se instalou muito
recentemente. Nós temos, para cumprir a nossa parte, inclusive deslocado um
número grande de Azuizinhos para tentar minimizar os estragos na área do
trânsito; nós temos, inclusive, procurado gestionar, junto ao Governo do
Estado, uma solução para aquilo.
O
Governo do Estado está inadimplente, e exatamente essa inadimplência
inviabiliza as suas negociações junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES. Mas eu acho importantíssimo que todos nós, as
Vereadoras e os Vereadores desta Casa, possamos nos somar a essa batalha, a
essa luta, pela melhoria do acesso da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, que tem,
realmente, trazido graves problemas econômicos para os empresários da região, e
para muitos e muitas trabalhadoras que têm perdido os seus empregos.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Verª Clênia Maranhão. Encerradas as inscrições para o período de Comunicações.
Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. Nº 0387/07 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/07, de autoria da Verª Margarete Moraes, que denomina Rua Mães
da Praça de Maio os logradouros não-cadastrados, conhecidos como Beco B e Beco C – Vila São Francisco -,
localizados no bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. Nº 0867/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 031/07,
de autoria do Ver João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Líder
Comunitário ao Padre Jaime José Caspary.
PROC. Nº 0958/07 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/07, que altera a Lei Complementar nº 530,
de 22 de dezembro de 2005, que instituiu o Programa Municipal de Apoio e
Promoção do Esporte - PROESPORTE.
PROC. Nº 1144/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 002/07,
que altera o código de identificação do cargo de Bibliotecário do Departamento
Municipal de Limpeza Urbana – DMLU, criado pela Lei nº 9.124, de 27 de maio de
2003.
PROC. Nº 1145/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 003/07,
que desafeta da destinação de uso comum do povo próprio municipal para fins de
regularização fundiária, através de
concessão de direito real de uso.
3ª SESSÃO
PROC. Nº 0602/07 -
PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 026/07,
de autoria da Mesa Diretora, que altera, no Anexo de especificações de Cargos
em Comissão da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, e alterações
posteriores, que estabelece o Sistema de Classificação de Cargos e Funções da
Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências, os requisitos para o
recrutamento nas especificações do Cargo em Comissão de Diretor de Patrimônio e
Finanças, tornando obrigatória, dentre outros requisitos, a habilitação em
curso superior de Ciências Contábeis ou de Ciências Econômicas.
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Carlos Comassetto está com a
palavra para discutir a Pauta, por transposição de tempo com o Ver. João Antonio
Dib.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores e
Vereadoras, quero comentar sobre o PLE nº 003/07, que está em Pauta, que
desafeta da destinação de uso comum do povo o próprio municipal para fins de
regularização fundiária, através da concessão de Direito Real de Uso. Este
Projeto é para uma área que estava gravada, inicialmente, como área verde, lá
no Jardim Europa e que vem a atender um conjunto de famílias que já ocupam
aquela área pública há muitos anos. Quero dizer que, politicamente, somos a
favor deste Projeto, porque ele responde à política do Estatuto da Cidade e à
política que o Ministério das Cidades vem implantando no Brasil. Porém, a
metodologia que o Executivo Municipal está aplicando é uma metodologia
equivocada no sentido de fazer com que se tenha que elaborar um Projeto para
cada área de desafetação, quando se quer fazer a sua regularização. Por que se
faz isso, Ver. Danéris? Porque ainda não foi regulamentado o Estatuto da Cidade
em Porto Alegre. O Estatuto da Cidade diz que as áreas públicas que já estão
sendo utilizadas por mais de cinco anos no dia 10 de junho de 2001, quando foi
assinado o Estatuto da Cidade, têm o direito adquirido de permanecer nesses
locais. A União já regulamentou isso para as áreas públicas da União; o Estado
já encaminhou para as áreas públicas do Estado; o Município ainda não fez isso.
E aí quero aqui, novamente, resgatar uma discussão que fizemos no final de
2005, quando o Ver. Luiz Braz apresentou um Projeto de reforma da concessão do
Uso Real do Solo. Bem, nem esse Projeto está sendo aplicado, porque aqui está
dizendo que é para concessão do Uso Real. Faço essa leitura para dizer que está
na Ordem do Dia o Processo nº 0113/05, referente ao PLCL nº 002/05 de nossa
autoria, que traz a regulamentação do Estatuto da Cidade para o Município de
Porto Alegre e que, se for aprovado, Projeto como esse não será mais
necessário, porque o meu Projeto cria um mecanismo legal no Município de Porto
Alegre, regulamentando o Estatuto da Cidade e fazendo com que todas as áreas
públicas municipais que já estão ocupadas - e aí eu poderia dizer: tais quais a
A. J. Renner, a Batista Flores, a Boa Vista, a Bom Jesus, a Caí, a Caixa
d’Água, a Canadá, a Chácara da Fumaça, quadra 151, 162, e assim por diante -,
pudessem ser regulamentadas.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, sei de todo o
trabalho que V. Exª faz e do conhecimento que V. Exª tem a respeito dessa
matéria, inclusive revivendo, agora, uma discussão que foi muito profícua,
ampla no passado. Eu acredito que este seu Projeto deve ser discutido dentro da
discussão que estamos abrindo com relação ao Plano Diretor da Cidade, porque há
um item no Plano Diretor que vai exatamente estudar as modificações trazidas
pelo Estatuto da Cidade.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Ver.
Luiz Braz, a proposta trazida pelo Governo do Município em relação ao Estatuto
da Cidade na proposta de reformulação do Plano Diretor resume-se em três
frases: terá o direito à preempção; o direito da concessão de uso para fins de
moradia; e o direito ao consórcio imobiliário. Essa proposta não está trazendo
a regulamentação do Estatuto da Cidade para podermos enfrentar problemas como o
que este Projeto hoje apresenta. Podemos até dialogar que o nosso Projeto se
adapte a essa política, mas a proposta que está sendo trazida pelo Executivo
Municipal, neste momento, é insuficiente, e há o acordo de que os projetos que
estão na Ordem do Dia podem ser discutidos, votados, e incorporados como
adequados, como acharmos mais conveniente sob o ponto de vista jurídico, ao
Plano Diretor, que é a regulamentação do Estatuto da Cidade.
Aproveito
para citar o Projeto que está em Pauta hoje, o PLE nº 003/07, que desafeta mais
uma área. Nós temos em Porto Alegre 60 a 70 áreas públicas que não são
tratadas, porque o Município não regulamentou isso ainda. Nesse caso - com o
meu Projeto - não precisamos ter um projeto para cada desafetação; se nós
regulamentarmos o Estatuto da Cidade isso está resolvido politicamente no
âmbito geral. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Carlos Comassetto. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir
a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma
Srª Presidente dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; na pessoa de V. Exª, quero
cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos
assiste pela TVCâmara e nas galerias, senhoras e senhores, venho a esta tribuna
hoje, no período de Pauta, para falar a respeito do PLCE nº 003/07, que altera
a Lei Complementar nº 530, de 22 de dezembro de 2005, que instituiu o Programa
Municipal de Apoio e Promoção do Esporte, o Proesporte.
Inicialmente,
fazendo menção a esse Projeto de Lei, ontem também estive nesta tribuna falando
e argumentando a respeito desse tema, porque tenho certeza de que esse é o
maior Projeto que beneficia o esporte no Município de Porto Alegre. Digo isso
porque tive a oportunidade de participar do Governo na condição de Secretário
de Esportes, Recreação e Lazer no ano passado, durante meio ano, e, sem dúvida
alguma, os valores que giram em torno do Proesporte, em Porto Alegre, realmente
visam ao fomento do esporte na nossa Cidade. Para isso, devemos registrar aqui
os nossos cumprimentos por essa iniciativa do Governo Fogaça, liderado pelo
então Secretário João Bosco Vaz, Secretário de Esportes. Tenho certeza de que
esse Projeto de Lei do Prefeito Fogaça vem no sentido de aperfeiçoar e melhorar
o Proesporte que já está vigorando na nossa Cidade e aqui passa a ter alguns
ajustes. Eu gostaria de comentar inicialmente um desses ajustes, que diz
respeito ao art. 2º, § 1º, da proposição que está correndo pauta, que diz o
seguinte (Lê.): “Do total destinado ao Proesporte, pelo menos 50% deve ser
aplicado no fornecimento de bolsa ou de auxílio a atletas e/ou de pró-labore a
técnicos e/ou assistentes desportivos”.
Essa
ressalva, que faz o Prefeito a partir do Projeto de Lei, pontua e destina que a
metade do valor dos projetos a serem apreciados pelo Conselho Municipal do Desporto -
CMD, hoje presidido pelo ilustre desportista Zélio Hocsman, seja investido no
atleta ou no profissional de Educação Física. Tenho certeza de que assim nós
estamos estimulando, realmente, aquelas pessoas que praticam esporte ou aquelas
pessoas que se dedicam a ensinar o esporte. Eu acho que, nesse sentido, tenho a
compreensão de que os Vereadores se sensibilização e estarão apoiando este
Projeto. É claro que nós sabemos que eventos são importantes, grandes eventos
também trazem visibilidade para a Cidade, giram em torno de atrativos para
outros esportistas virem à nossa Cidade, mas fundamentalmente incentivar
aqueles esportistas e desportistas do Município e aqueles profissionais da área
de Educação Física; é uma questão pontual, fundamental e importante. O
Proesporte, este ano, deve estar gerando em torno de um milhão de reais de
incentivo ao esporte, porque ele representa 10% do Orçamento da Secretaria de
Esporte que, se não me engano, está em torno de 10 milhões de reais.
É importante salientar que os projetos podem ser
concedidos até 6% do valor total do montante destinado ao Proesporte, portanto,
estamos falando aqui que um projeto pode ter contemplado um incentivo ao
esporte no valor de até, em números redondos, 60 mil reais que significam 6% do
montante total de um milhão de reais e, claro, destacando sempre que esse
percentual de incentivo que, num segundo momento, vai ser caracterizado em
desconto de INSS ou de IPTU deve representar 70% do Projeto.
Então, em números redondos, se nós estivermos
falando aqui de um Projeto que envolve todo um investimento em torno de 50 mil
reais, o que representará, dentro do contexto de inventivo do Município, aquele
projeto pontual, serão 35 mil reais, o que é um grande avanço para o esporte na
nossa Cidade, porque aquelas empresas, Ver.ª Neuza, que investem no esporte,
elas já vêm investindo no esporte, independente de incentivo ou não. Então, nós
temos certeza de que esse será um fato gerador de novos investimentos na Cidade
no que diz respeito ao incentivo e ao fomento do esporte por parte e por
iniciativa deste Governo, para o que registramos aqui os nossos cumprimentos ao
trabalho do Secretário João Bosco e do Prefeito José Fogaça. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. NEREU D’AVILA: Verª
Neuza Canabarro; Vice-Presidente desta Casa, neste momento na presidência dos
trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na verdade, o Ver.
Sebastião Melo trouxe um dos assuntos mais importantes que a sociedade está
discutindo, porque aquele lamentável fato do Rio de Janeiro, do menino João
Hélio, que foi arrastado até a morte, trouxe uma comoção nacional a respeito
das Leis Penais, do Estatuto da Criança e do Adolescente, da maioridade aos 18
anos, ou seja, da responsabilidade penal apenas aos 18 anos, e por aí afora.
Foram
enfocados diversos aspectos, mas um não foi, e eu não culpo a imprensa, porque
a imprensa naturalmente lida com os fatos que chamam a atenção, e o que chama a
atenção - e quem não está bem informado, realmente, fica impressionado - é a
quantidade de presos que estão em liberdade condicional. Hoje, na Rádio Gaúcha,
houve uma discussão sobre o preso “Papagaio”, que vai ganhar a progressão, ou
seja, vai ser solto, vai entrar em liberdade condicional; ele já fugiu uma vez
da liberdade condicional.
Então,
essa discussão está realmente em pauta. Agora, são levados à imprensa os que
estão em liberdade condicional e fogem, mas o que não se conta é que existem,
eu diria centenas, aqui no Rio Grande do Sul, que estão em liberdade
condicional e não fogem, e que estão em recuperação.
Há
uma Fundação de Apoio aos Egressos do Sistema Penitenciário - que eu não sei se
os outros Estados têm; tomara que tenham -, a Faesp, liderada por uma grande
cidadã, por uma grande rio-grandense, pela porto-alegrense, Tânia Sporleder de
Souza, que, de 15 em 15 dias, faz avaliações na Faesp com a presença dos que
estão em liberdade condicional. Ontem, eu estive junto com uma Juíza, com um
Juiz, com uma Promotora e com cerca de 30 egressos, e eles mesmo registraram:
“Nós queremos nos recuperar, nós queremos voltar ao seio da sociedade, nós não
queremos reincidir”. Que maravilha isso! Então, a idéia é essa, porque só
existe um convênio, Ver. João Dib, e muitos não sabem disso, o convênio com o
Detran que lhes concede uma espécie de estágio por seis meses, prorrogável por
mais seis. E muitos não sabem disso. O Juiz esclareceu que somente com emprego
eles podem dispor da liberdade condicional. Na verdade, com o emprego antes da
liberdade, mas os juízes têm sido condescendentes, e dão a liberdade
condicional para que eles consigam emprego. Só que o emprego, todo mundo sabe,
nós estamos cansados de saber, é dificílimo até mesmo para os cidadãos e
cidadãs que estão na plenitude dos seus direitos, imaginem para os que estão em
liberdade condicional, sob a jurisdição de um processo penal que ainda não foi
concluído. É lógico e é compreensível que as empresas fiquem com má vontade; é
perfeitamente compreensível. Então, a idéia é de que mais instituições,
inclusive a nossa, ofereçam a oportunidade para que eles trabalhem. Eles não
são monstros; eles querem, sim, adaptar-se à sociedade. Não tenham receio de
que eles vão cometer desatinos não, porque eles estão, inclusive, sob
monitoramento psicológico e médico.
E,
finalmente, a outra questão que também foi discutida é que há uma punibilidade
que o art. 15, inc. III da Constituição diz que aqueles que foram condenados em
caráter permanente, ou seja, irrecorrível, que esses não tenham direito a voto.
Tudo bem, os condenados provisórios têm, só que, somente agora, é que estão
dando esse direito a eles, e foi dado no último pleito na própria Penitenciária
Estadual. E há uma Emenda constitucional para mudar essa situação, porque, se
um preso comete um delito de qualquer ordem, sob o ponto de vista do Direito
Penal, tudo bem, é condenado, vai cumprir a pena, ou seja, fica sob a tutela da
Justiça. Agora, há uma segunda punibilidade a esse cidadão que não é justa:
tiram dele os direitos políticos, suspendem os direitos políticos pelo art. 15,
inc. III, da Constituição. E aí há uma punibilidade na cidadania, e não tem
nada que ver a cidadania e a punibilidade penal.
Portanto,
devemos iniciar - e ontem fiquei antenado nessa situação - uma grande campanha,
porque já existe no Congresso Nacional essa Emenda Constitucional, desde 2003,
e nós devemos dar força a ela, porque não é justo que haja duas penalidades,
uma na cidadania, que no caso, não tem de prosperar, e a segunda, na questão
penal, pois ele delinqüiu.
Finalmente,
concluindo, o voto, atualmente, para os presos é de duas naturezas: os presos
provisórios, que ainda não tiveram sentença transitada em julgado; e os que já
estão com sentença irrecorrível.
Os
primeiros, os provisórios, votam. Já votaram no Nordeste primeiro, e, agora, já
votaram aqui, no último pleito, e continuarão votando, graças à Justiça e ao
Tribunal Superior Eleitoral. Mas, os demais, não votam, o que não é justo,
porque eles não podem ser cassados na sua cidadania. Eles têm de cumprir a pena
pelo mal que fizeram e reparar o erro sob o ponto de vista da sociedade.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Nereu.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, neste espaço de discussão de Pauta, novamente, assim como ontem,
venho discutir o Projeto do Executivo, que desafeta área na região da Vila
Jardim Europa, para que seja possível a regularização daquela comunidade, com
abertura de ruas, e assim por diante.
E
me chamou a atenção, Ver. Dib, um detalhe - e ontem eu já disse que, em
princípio, sou favorável ao Projeto, e acredito que a nossa Bancada também -, o
que já foi fruto de debate nesta Câmara Municipal em outros anos. Refiro-me ao
instrumento importantíssimo, e que está sendo usado neste Projeto do Executivo:
o instrumento do Direito Real de Uso, que, às vezes, se chama de DRU.
A
nossa oposição, à época, e agora a situação, em Porto Alegre, não todos, mas
muitos dos Vereadores que constituíam a nossa oposição, diziam que esse
instrumento, o DRU, era um equívoco, que não permitia que a população mais
carente tivesse a sua moradia, e assim por diante.
E
nós dizíamos, e repetimos agora, que se não fosse o Direito Real de Uso, que
permite o uso, o usufruto do imóvel, durante 30 anos, renovável por mais 30
anos, mas que não permite a passagem da propriedade, da moradia para aquela
pessoa que está lá, é o que fazia garantir que pessoas de baixa renda
mantivessem a sua moradia, mesmo que não tivessem a propriedade do imóvel.
Quem
anda muito na periferia, e acho que a maioria de nós anda, sabe que é uma
tentação muito grande para as pessoas de poder aquisitivo baixo, quando alguém
chega a saber que a pessoa está ocupando uma moradia de razoáveis condições e
oferecem cinco mil reais, oito mil reais, para aquela pessoa de baixa renda,
Ver. Sebenelo, e aquele é um valor que a pessoa jamais teve nas mãos. Ela fica
tentada, achando que aquilo é uma fortuna. O DEMHAB cita o caso de um cidadão
que vendeu a sua casa por uma bicicleta - por uma bicicleta - e, portanto, a
tentação é muito grande, e aquilo que é um bem de uso, seria facilmente
vendido, e a pessoa voltaria de novo a uma moradia lamentável, como acontece
muitas vezes. Se não fosse assim - e eu cito vários locais -, a Planetário, a
Lupicínio Rodrigues, o Condomínio dos Anjos, na Av. Ipiranga, já teriam sumido,
porque as pessoas de melhor poder aquisitivo chegariam lá com um valor baixo e
adquiririam um imóvel numa região boa da Cidade, perto do Centro.
Portanto,
eu fico contente quando vejo que o atual Governo permanece usando esse
instrumento, que é um instrumento que garante a moradia. A tarefa do Poder
Executivo Municipal é garantir a moradia, e não garantir exatamente a
propriedade. É garantir o teto para as pessoas carentes.
Mas
aproveito o ensejo para dizer, Ver. Sebenelo, que nessa questão da moradia - e
ontem o Prefeito Fogaça entregou 163 casas na região do Projeto Entrada da
Cidade, e ao mesmo tempo em que a gente fica contente, porque são mais 163
famílias que vão passar a ter uma condição melhor de moradia - eu fui examinar,
através da nossa assessoria de Bancada, o desempenho do DEMHAB no ano de 2005 e
de 2006. Para dar uma idéia aos colegas Vereadores, que não examinaram isso, no
ano de 2005, o DEMHAB tinha um Orçamento significativo de 67,3 milhões de reais
e empenhou apenas 21,5 milhões; um terço do que tinha no Orçamento. Poderiam
argumentar: “Não, mas era o Orçamento que o PT, a Frente Popular, nos deixou;
era inviável!” Aí nós vamos para o Orçamento 2006, já construído pelo Governo
Fogaça - Ver. Dib, V. Exª também gosta de números -, e o Orçamento era de 43,7
milhões. E foram empenhados, Ver. Dib, 15,3 milhões, um pouquinho mais de um
terço. Em 2005, menos de um terço; em 2006, um pouquinho mais de um terço. É
muito pouco! Eu tenho dito que a administração atual, infelizmente, é muito
lenta; muitíssimo lenta.
Eu ouvi uma autoridade do DEMHAB dizer - e já encerro,
Senhora Presidenta - que estava contente, porque estava com uma média de 500
moradias por ano em Porto Alegre. Nós tínhamos uma média de mil, agora veio
para a metade esse número. A Cidade, como já falei, está andando para trás com
a atual administração. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Vereador Guilherme Barbosa.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Senhora
Presidenta, Vereadora Neuza Canabarro; Senhoras Vereadoras, Senhores
Vereadores, em primeiro lugar eu quero dizer que eu gosto muito, realmente, de
números, porque os números não mentem, mas, não gosto muito dos números do Ver.
Barbosa. O Ver. Barbosa me deixa, às vezes, em dúvida com os dados que ele aí
traz.
Mas, eu gosto, também, de dizer que a Pauta é um
dos momentos mais importantes da Sessão Ordinária que nós temos nas
segundas-feiras, quartas-feiras e quintas-feiras. É interessante dizer da
validade deste momento, porque o Vereador toma conhecimento dos projetos que
estão entrando na Casa, pelo menos ele que leia as barbaridades, que aqui
ocorrem em matéria de projetos, mas ele fica sabendo: entraram projetos, A, X,
Y, Z. E aí eu volto aos 36 anos atrás, quando eu cheguei à Câmara, e havia 21
Vereadores. Verª Neuza Canabarro, ontem a Senhora teve que usar o tempo de
Liderança para explicar um Projeto que eu disse que vai ser muito discutido,
muito trabalhado. Mas, se V. Exª estivesse na mesma tribuna que Alceu Collares
ocupou, como Vereador, na época de 21 Vereadores, a Senhora poderia, no dia de
Pauta, apresentar uma proposição. Naquele tempo dava para fazer isso, porque na
Pauta, às vezes, ocorria o que acontece no dia de hoje: não tem nenhum projeto
em primeiro dia de Pauta. Então, era possível apresentar-se uma proposição já
antecipando o projeto que ia ser apresentado. Mas, hoje, nós fazemos muitos
projetos e, depois nós não votamos. Nós deixamos passar o tempo e aí ficam os
importantes e os não-importantes sem serem votados.
Quanto à Vila Jardim Europa, assunto que foi aqui
comentado pelo Ver. Barbosa, eu conheço essa história desde que ela se iniciou,
quando a União dos Moradores das Vilas Populares ao mesmo tempo fez o Jardim
Cascata. E nos dois eu tentei ajudar para que as coisas não acontecessem de
forma equivocada. E se fez a regularização na Administração na qual eu tive a
honra de ser o Prefeito - e porque nós pedimos à Câmara legislação,
facilitando, viabilizando a regularização dos loteamentos que estavam sem
solução. E aí nós fizemos a Nova Brasília, a Nova Santa Rosa, o Jardim Cascata,
o Jardim Europa, regularizando uma série de loteamentos.
Agora, eles ocuparam uma área que era destinada a
praça. E o Prefeito está fazendo a desafetação no sentido de dar Direito Real
de Uso. Eu ontem disse que sou coerente e, por coerência, podem ter certeza de
que eu vou votar contrariamente, ainda que eu entenda que é completamente
diferente daquilo que fizeram no passado, quando a Praça Cosme e Galvão foi
dada para Direito Real de Uso, e havia pessoas que tinham prédios de alvenaria
de dois e três pavimentos, tinham dois ou três automóveis, tinham fábrica de
confecção.
Então, eu acho que é bem diferente. Até nas
condições do terreno, no perímetro do terreno, a descrição leva uma página,
tantos são os ângulos, o que dificulta, sem dúvida nenhuma, a urbanização de
uma área para praça.
Então, eu acho, ainda, que eu dê o voto contrário,
mas eu dou por coerência, porque a Lei Orgânica diz que não é possível alienar
praça. Não é possível! Está escrito com todas as letras. E eu vou manter o
mesmo posicionamento. Eu sei que eu perdi por 26 votos a um, mas eu tive uma
satisfação. Havia uma claque, e esta claque torcia para que o Projeto fosse
aprovado, e, quando aprovado o Projeto, o comandante da claque me chamou - pois
foi de 26 a um - e disse: “Ver. João Dib, eu quero cumprimentá-lo, o senhor
tinha razão, mas eu era contra o senhor, e sou contra o senhor neste fato, mas
o senhor estava certo”.
Então, eu acho que, como disse o Ver. Barbosa, e
como disse, antes dele, o Ver. Comassetto, vai ser aprovado, sim, mas não será
aprovado com o meu voto por uma questão pura e simples de coerência. Eu não vou
desmentir o meu passado. Eu permaneço o mesmo. Eu não mudei, eu não quero mudar. Eu quero ser teimoso,
quando for naquilo que eu acho que a Lei Orgânica me determina. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro):
Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadoras e Vereadores,
dificilmente eu me pronuncio sobre a questão de nomes de ruas, dei poucos
nomes. Mas, hoje, eu quero elogiar e louvar a atitude da Verª Margarete Moraes,
que denomina a Rua Mães da Praça de Maio os logradouros não-cadastrados,
conhecidos como Beco B e Beco C, na Vila São Francisco, no Bairro Lomba do
Pinheiro.
Nós
precisamos marcar a história desta Cidade com alguns nomes, com eventos, com
instituições, como são as Mães da Praça de Maio. Não fossem elas, com sua
coragem e determinação, o que teria sido, além dos dias e noites tenebrosos da
ditadura, na Argentina, que matou, que humilhou, que estraçalhou, que
perseguiu, que torturou centenas e centenas de famílias?
E o Ver. João Dib diz todos os dias: saúde e
paz! Paz, Ver. João Dib, é algo fundamental nos dias de hoje, quando a gente vê
a destruição de famílias, destruição de quarteirões no Iraque. Assim como vimos
pessoas serem jogadas de aviões para o mar, pela ditadura, na Argentina.
Aqui
no Brasil é preciso ter este nome, sim, como temos algumas ruas com nomes de
pessoas que foram perseguidas pela ditadura militar, porque isso não se pode
esquecer. Não é revanche, mas é necessário; a história se constrói com essas
posições firmes, definidas e decididas. Porque antes, quando se falou aqui do
Colégio Militar, é muito bonito, é muito interessante, só que eu não consegui
dar aula no Colégio Militar, apesar da indicação, porque, quando foram ver meu
currículo, consideraram-no esquerdista. Eu era um professor formado pela UFRGS
num dos melhores cursos que a Faculdade tem, que é o curso de Letras. Mas não
pude dar minhas aulas de Língua Inglesa, apesar de ter dado aulas nos
principais cursinhos da Cidade, porque quem determinava era o regime militar de
então.
Então,
Verª Margarete, com algumas incomodações, que eu sei que vai haver, é louvável,
porque as Mães da Praça de Maio lembram, ainda hoje, o que aconteceu, para quem
vai a Buenos Aires, fazendo sistematicamente a sua caminhada e mostrando as
injustiças e as desgraças que a ditadura trouxe para o povo daquele País. E
nós, seus vizinhos, seus irmãos latino-americanos, não podemos deixar de marcar
isso permanentemente. E um nome como este é importante.
Também
quero dizer que, pela conversa que eu tive com o Secretário de Esportes, nosso
colega João Bosco Vaz, a lei que altera a Lei Complementar nº 530 tem apenas
adaptações da Lei em vigor que nós aprovamos, que nós apoiamos - inclusive
fizemos uma Emenda importante. Eu gostaria que todos os Secretários fossem como
o João Bosco Vaz, que, mesmo na rua, em atividade pública, vem conversar, vem
discutir os seus projetos, vem-se colocar à disposição, porque já foi Vereador,
é Vereador, e sabe o quanto é importante a relação com a Câmara Municipal. Que
outros Secretários sigam esse exemplo, apesar de eu achar que as coisas
começaram a mudar, porque parece que ontem houve alguns “puxões de orelha” na
reunião com o Prefeito. E hoje a gente viu, com muita satisfação, o Diretor-Geral
do DEP trazer documentos, aqui, e o Ver. João Bosco Vaz já explicou as
adaptações que pretende fazer nesse Processo nº 0958/07 - PLCE nº 003/07.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ADELI SELL: À Presidenta
Neuza Canabarro, aos nossos colegas Vereadores e Vereadoras, ao povo de Porto
Alegre a nossa saudação em nome da minha Bancada do Partido dos Trabalhadores.
Falava com meus colegas hoje que, quando acordei e
vi as manchetes dos jornais, fiquei muito triste ao ver que o nosso Estado, que
já foi celeiro deste País, um Estado que se levantou em armas contra a
centralização do Império, um Estado que fez a Revolução Farroupilha, um Estado
que sempre foi vanguarda, que teve na linha de frente Parlamentares que sempre
defenderam a democracia, um Estado que já foi considerado um dos mais ricos
deste País, poderá atrasar os salários dos servidores públicos.
Hoje, recebo um boletim do Afocefe Sindicato, o
Sindicato dos Técnicos do Tesouro, que fazem esse importante trabalho de
arrecadação, porque estão nos postos, nas fronteiras com Santa Catarina,
Uruguai e Argentina em noites quentes, noites frias, dias chuvosos, e dizem
aqui que a Secretaria da Fazenda gaúcha pode entrar em greve por causa dos
fiscais. E o que dizem? A Secretaria da Fazenda poderá parar nos próximos dias
com uma greve de sua maior categoria, dos Técnicos do Tesouro, por causa do
projeto enviado à Assembléia Legislativa pela Governadora Yeda Crusius no bojo
de sua proposta de Reforma Administrativa.
Com quem a Governadora quer brigar ainda? Não
bastasse brigar com o Vice, briga com os Partidos aliados, briga com os
técnicos do Tesouro, que são aqueles, Ver. Barbosa, que estão na linha de
frente, que ajudam na fiscalização, que garantem a arrecadação do ICMS e que
estão, portanto, guardando, também. Uma outra nota que tenho aqui na minha mão
diz: “Enquanto isso, fiscal proíbe que técnicos divulguem as apreensões que
realizam nos postos fiscais”. Eu nunca vi isso: esconder as apreensões! Os
Técnicos do Tesouro fazem uma grande apreensão de carne que não podia ter
entrado no Estado, portanto estão cuidando também da nossa saúde, coisa que
outros órgãos deveriam fazer.
Vejam o seguinte, o problema deste Estado, disse o
Ver. Melo aqui, que é um problema de fundo. De fato, é um problema de fundo que
começa com Guaíba, porque foi o seu Governo, o Governo Rigotto, e seu
Secretário que fecharam o Posto Fiscal de Guaíba, e entra tudo que é “bagulho”
produzido no Leste, muitas vezes por crianças, sem respeito à natureza, sem
respeito aos direitos trabalhistas; entra aqui no Estado, porque não tem
fiscalização, pois o Posto Fiscal foi fechado. Porto Alegre - eu disse ao
Secretário da Fazenda, o Ver. João Dib estava lá e ouviu - perdeu,
proporcionalmente, 50 milhões de reais, Ver. Brasinha, por causa do fechamento
do Posto de Guaíba, entre outras questões.
Na semana que vem nós vamos ouvir aqui o pessoal do
comércio falar do incremento de 4,7%, 4,9% que ocorreu com o “Liquida Porto
Alegre”. Nós abrimos mais shopping, abrimos mais lojas e está diminuindo
a arrecadação do ICMS. Nós estamos numa encruzilhada, sim; é um problema de
fundo, mas também é um problema de fundo de uma gestão que não quer olhar para
o povo, de uma gestão que não dialoga com o servidor público, que vira as
costas para o Tesouro do Estado, que são aqueles que dão multa, que estão com a
Brigada militar fazendo as apreensões. Um Governo que esconde as apreensões não
tem o direito de reclamar! Não tem direito de reclamar! O que é feito por este
Governo para combater as falcatruas da sonegação? Nada, absolutamente nada!
Ficam discutindo regime de caixa, fazendo discussões esotéricas do “mundo da
lua”. Não conhecem a realidade do Rio Grande do Sul. O povo está vendo a
desgraça que é este Governo, os servidores não receberão os seus salários em
dia, mas nós continuaremos a nossa luta incansável para mostrar que não
deveriam ter se candidatado. Venceram as eleições, mas não fazem jus ao seu
governo, porque não sabem governar. Isto é lastimável, num Estado altaneiro
como é o Rio Grande do Sul!
Eu me envergonho diante dessa calamidade de abrir
os jornais e ver que até os salários podem atrasar; isso para não falar da obra
da Av. Baltazar de Oliveira Garcia, sobre a qual a gente já falou tanto aqui,
porque o Governo incompetente não consegue colocar dois milhões e 800 mil para
receber 21 milhões e acabar com essa obra. É uma vergonha para o Rio Grande do
Sul o que está acontecendo no Governo do Estado!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Adeli Sell.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª
Presidenta, eu apelaria ao Ver. Adeli Sell que retirasse do seu pronunciamento
a palavra “falcatrua”. Porque acusar o Governo do Estado, recém-instalado, de
falcatrua, eu acho que foi muito mais do que a emoção do momento.
O SR. ADELI SELL: Eu só queria
explicar ao Ver. João Dib que eu disse que não combatia as falcatruas. Fechar o
posto de Guaíba é uma falcatrua. Eu mantenho essa posição.
(A Verª Maria Celeste reassume a presidência.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Sras Vereadoras
e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós temos certeza absoluta da luta
decente e competente que é realizada pela Governadora Yeda Crusius para
corrigir erros de Administrações passadas, inclusive da própria Administração
petista que transformou o nosso Estado do Rio Grande do Sul num Estado
praticamente inviável, insolúvel. Mas, se o Ver. Adeli Sell quiser realmente
falar em falcatruas, eu trouxe algumas aqui, Ver. João Dib, que o Ver. Adeli
Sell e a sua Bancada, de repente, vão gostar de analisar. Falcatruas foram
cometidas por algumas pessoas coligadas a Partidos ligados ao Ver. Adeli Sell
que, se colocando na posição de combatentes da época de 1964, até hoje lesam a
sociedade de uma forma criminosa. Foram dos últimos a receber pela anistia o
Deputado Raul Pont e o ex-Vereador desta Casa, Raul Carrion. Eu tenho aqui uma
relação dessas anistias vergonhosas - que eu estou divulgando, e faço questão
de divulgá-las aos quatro ventos -, de pessoas que realmente cometem
falcatruas, Ver. Adeli Sell. E vou dar os nomes e as quantias que essas pessoas
estão recebendo. O Fernando Pereira Cristino, sabem quanto recebeu esse
cidadão? Recebeu R$ 2.178.956,71 de indenização por ter participado da
Revolução de 64; mensalmente, esse cidadão recebe a quantia de R$ 19.115,19. Eu
tenho aqui uma relação grande,
Ver. João Antonio Dib, de pessoas ligadas ao Partido do Ver. Adeli Sell e de
outros Partidos que são também coligados ao Partido do Ver. Adeli Sell que
recebem essas fortunas por nunca terem feito nada a favor da sociedade, mas
colocaram nelas o rótulo de “combatentes da Revolução de 64”.
Entre
essas pessoas, está o nosso atual Presidente da República, o Sr. Luiz Inácio
Lula da Silva. E eu perguntaria para este Plenário – já que nós estamos falando
de falcatruas, então, eu gosto, realmente, de discutir essas falcatruas -, se
não fosse a Revolução de 64, se não fossem os problemas de 64, será que o Sr.
Luiz Inácio Lula da Silva teria chegado à Presidência da República? Eu tenho as
minhas dúvidas! Mas ele, por ter participado da Revolução de 64, não sei como,
ele recebe uma pensão, como anistiado, de R$ 4.509,25, que já foi reformada
para 6 mil reais! E sobre todas essas indenizações e todas essas pensões não
incide o Imposto de Renda, porque os próprios membros do PT, e aqueles que
fazem parte daquele comitê que é ligado ao PT, votaram uma decisão - que não
está em lei - no sentido de que essas indenizações e essas pensões - que são
falcatruas, realmente - não precisam descontar Imposto de Renda! Mas, perguntem
se eles falaram para a sociedade disso?
Aquelas
pessoas que fazem parte da sociedade e que até lutaram, realmente, para que nós
tivéssemos um País decente, essas pessoas não estão tendo absolutamente nada,
porque elas teriam - eu acredito - até vergonha de serem recompensadas por
serem brasileiras! Mas esses oportunistas não! Esses estão sugando o
País de todas as formas, roubando do País as condições para que o País possa,
realmente, ter condições de progresso, para que nós possamos ter menos fome,
para que possamos ter mais educação, para que as pessoas possam, de
alguma forma, viver de uma maneira mais digna em todas as partes do País.
Se
alguém quiser cópia das falcatruas, eu as tenho aqui e eu faço questão de
distribuir cópia das falcatruas, Ver. Adeli, cometidas por elementos do seu
Partido, do PCdoB, de Partidos coligados com o Partido de V. Exª, que cometeram
e que continuam cometendo essas falcatruas, roubando a sociedade!
A
sociedade precisa saber disso, porque esses dados vêm da Previdência Social! E
quem paga essas pessoas é exatamente a Previdência Social! Aí, eles vêm aqui
com aquela desfaçatez para discutir o rombo na Previdência Social?! Mas são
eles que fazem com que o rombo na Previdência Social cresça dia após dia! E
eles têm a coragem de vir aqui, nesta tribuna, e falar em falcatruas. Meu Deus
do céu, eu acho que nós temos que corrigir essas falcatruas, prendendo esses
criminosos que estão fazendo com que este País seja cada vez mais um país de
desiguais. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero fazer, rapidamente, um convite a todas as
senhoras Vereadoras - que de certa forma estão envolvidas também com o evento
-, para que compareçam à Conferência Municipal dos Direitos da Mulher.
Daqui a alguns dias, nós já estaremos encerrando o 8 de março; e nós temos um sentimento de que, neste mês, nós poderemos dar muito mais visibilidade à luta histórica das mulheres pela igualdade e, conseqüentemente, nós poderemos avançar na luta pela pluralidade e na luta pelo processo civilizatório, que é, em última instância, o objetivo final do feminismo. E, neste mês, não apenas no Brasil são promovidas ações nesse sentido; na Espanha, por exemplo, foi aprovada uma legislação nacional inédita na construção da igualdade das mulheres: a União Européia colocou a questão da igualdade como tema central das comemorações dos 30 anos de sua formação.
No
Brasil, pelo primeiro ano, nós tivemos uma legislação que tratava da questão da
violência doméstica, que é exatamente, a Lei Maria da Penha. E na nossa Cidade,
no nosso Município e na nossa Câmara, nós tivemos a oportunidade de vivenciar
uma série de acontecimentos, onde se procurava discutir o empoderamento das
mulheres, dava-se reconhecimento a inúmeras ações feitas pelas mulheres líderes
do nosso Município. E tudo isso culminará com a Conferência Municipal dos
Direitos da Mulher, que é uma conferência convocada pela Prefeitura Municipal
de Porto Alegre e pelo Comdim - Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
Essas
conferências municipais fazem parte de um processo de conferências que é
estabelecido a partir da Secretaria Nacional da Mulher, do Ministério da
Mulher, que é presidido pela Médica Nilcéia Freire, que nesses dois últimos
anos tem, realmente, procurado construir um plano de igualdade a partir das
propostas desenvolvidas pela nossa conferência.
Nós
estamos aqui falando sobre tudo isso, porque ainda estamos no mês de março, mas
também porque achamos que as conferências municipais são espaços extremamente
significativos para nós tomarmos conhecimento das várias visões, dos vários
grupos, das várias personalidades, das várias militâncias que trabalham sobre
aquele tema. Isso é importante quando se fala da Conferência Municipal da
Criança, da Conferência da Assistência, da Conferência da Habitação, e
evidentemente, da Conferência das Mulheres. Neste ano, a nossa Câmara tem uma
mulher Presidenta, nossa Verª Maria Celeste, e a Conferência Municipal dos
Direitos da Mulher vai acontecer nesta Casa. Eu acho que isso tem uma
simbologia, ela vai ser, seguramente, a maior Conferência Municipal dos
Direitos da Mulher da história do nosso Município. Ela está sendo organizada,
cotidianamente, através da Secretaria de Governança, por um corpo de pessoas
que foram nomeadas para trabalhar em relação a isso, que tem formado várias
Comissões, e com a experiência histórica do Comdim, o Conselho Municipal dos
Direitos da Mulher.
Então,
eu queria, desde já, para encerrar, Srª Presidenta, convidar todas as mulheres
funcionárias da Casa, todas as mulheres que nos vêem, que acompanham o trabalho
através da TVCâmara, para no dia 31 de março, portanto, no último dia do mês,
durante os horários da manhã e da tarde, nós estaremos reunindo as mulheres
para discutir políticas públicas. É uma conferência preparatória à conferência
estadual, que, por sua vez, é preparatória à nacional. Ela é aberta a todas as
mulheres, tem como eixo a questão do empoderamento das mulheres e da construção
de políticas públicas para as mulheres no nosso Município.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Não há mais nenhuma Bancada inscrita para manifestação de Liderança. Havendo
quórum, passamos à
A
Verª Maristela Meneghetti solicita Licença para Tratamento de Saúde no período
de 22 de março de 2007. Requerimento encaminhado pela Vereadora, sem
substituição.
Solicito
à Diretora Legislativa a relação dos Vetos a serem avaliados.
Em
votação a ordem dos Projetos com Veto a serem votados, conforme acordo de
Lideranças, qual seja: Veto Parcial ao PLL nº 201/06; Veto Total ao PLL nº
188/00; Veto Total ao PLL nº 201/05; após, PLCL nº 008/06, PLL nº 079/05, PLCL
nº 025/05, PLL nº 023/06, PLL nº 072/05 e PLCL nº 023/06. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4653/06 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/06, de autoria do
Ver. Ibsen Pinheiro, que dispõe sobre a
comercialização, o armazenamento, o transporte e a rotulagem de produtos
químicos – saneantes domissanitários-, destinados à higienização e limpeza, no
Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela manutenção do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 14-03-07.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 17-03-07 (sábado).
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o Veto Parcial ao PLL nº 201/06.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Srª Presidenta, devemos entrar direto na votação deste
Projeto.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Já estávamos em votação, bem lembrado, Ver. João Antonio Dib. Já estávamos na
votação e não houve quórum para o prosseguimento, portanto estamos retomando do
processo de votação.
Em votação
nominal o PLL nº 201/06. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Em votação. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 27 votos NÃO. Está mantido o Veto.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 2652/00 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 188/00, de autoria do
Ver. Adeli Sell, que institui, nas creches e
escolas da rede pública municipal, o Programa Respire Bem, que objetiva
diagnosticar e prevenir doenças respiratórias e o mau posicionamento
dentomaxilar em crianças de 03 (três) até 08 (oito) anos de idade.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Mario Fraga: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 14-03-07.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 17-03-07 (sábado).
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
discussão o PLL nº 188/00, com Veto Total. (Pausa.)
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 188/00, com Veto
Total.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Presidenta, Maria Celeste; colegas Vereadoras e Vereadores, este Projeto é
antiqüíssimo, apresentei-o no ano de 2000, e de acordo com o Regimento Interno
anterior, no final do ano, todo Projeto vai para o Arquivo, para depois ser
desarquivado. O Projeto foi e voltou; depois passei 15 meses na SMIC, e, ano
passado, nós o aprovamos. Eu gostaria de lembrar que o Ver. João Dib, em
especial, fez uma discussão comigo sobre este tema, porque a Sobracom, que é a
nossa Sociedade Brasileira de Correções Odonto-Maxilares, esteve aqui por duas
vezes na Tribuna Popular solicitando que o Município tivesse um programa para
fazer as correções dentomaxilares. Vejam, senhoras e senhores, é concebível que
uma criança que está numa creche, numa escola, junto com os seus colegas, tenha
um grave problema de falta de oclusão, problemas dentomaxilares como mostram as
fotografias, crianças que têm gravíssimos problemas de respiração, gravíssimos
problemas de aprendizado exatamente por causa das questões de oclusões? Na
gestão da Secretária Sandra Fagundes iniciou-se um pequeno processo - e eu falo
e reconheço, mas um pequeno processo que começou nesse sentido -, ao qual
infelizmente não foi dado continuidade. Eu, como costumo fazer, tanto quando eu
estava na situação, como agora na oposição, busquei discutir com o Secretário
Municipal da Saúde, inclusive lembro a primeira vez que o Dr. Pedro veio aqui,
quando entreguei uma carta para ele, porque eu já tinha discutido com um dos
seus assessores, pois não tinha repassado a questão. Depois tive uma audiência
com o Secretário, discuti com a sua equipe, e eu tive o O.k. da
Secretaria Municipal da Saúde. Por isso levei este Projeto adiante, porque eu
tinha discutido tanto com o Governo anterior, da Frente Popular, quanto com o
atual Governo, sobre a necessidade dessa questão. Tecnicamente não tem por que
dizer não; são profissionais da área da odontologia. Isso mereceu muitas
discussões aqui nesta Casa, em várias e várias Comissões. Está na decisão dos
meus Pares se nós vamos ter o Programa Respire Bem ou não.
Eu
queria, de modo especial, falar aos meus colegas médicos, que não são
odontólogos, mas sabem dos problemas das correções dentomaxilares, o quanto é
importante este Projeto, e quem conhece as nossas escolas da periferia, Verª
Maria Luzia, as nossas creches, quando vê as crianças com esses problemas de
oclusão, sabe das dificuldades que têm no aprendizado, na respiração, e os
problemas que podem ter, inclusive, na má formação do próprio tórax, na questão
do pulmão. Não é apenas uma questão estética. É uma questão de Saúde Pública
que tem que se enfrentada. Talvez eu não consiga, Verª Margarete, derrubar o
Veto, mas eu digo o seguinte: a partir de amanhã, continuarei a lutar para que
este Programa se instaure na cidade de Porto Alegre. Vou fazer disso uma grande
batalha, porque eu tenho convicção, pelas discussões que fiz com os
profissionais da Odontologia, de que isto é uma necessidade. Até o Programa,
ele não coloca metas, ele não decide o quantum, mas ele simplesmente
apresenta para a Prefeitura a necessidade de ter o início de um programa. Eu
não sou daqueles que vou amanhã - um dia depois da aprovação - cobrar que se
faça um programa, e que se resolvam todos os problemas dentomaxilares da nossa
população juvenil de Porto Alegre, mas continuarei esta labuta, Ver. João Dib,
porque estou com a convicção de estar com a correção nos meus propósitos.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL nº
188/00.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO:
Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos aqui,
discutindo o Veto Total a um Projeto de autoria do Ver. Adeli Sell, que
institui nas creches e escolas da rede Municipal o Programa Respire Bem. Tem
uma questão que o Vereador levanta, que eu acho que é importante: as escolas,
inevitavelmente, têm que ter uma preocupação com as condições de saúde das
crianças.
Recordo-me
que no processo de discussão e votação do Projeto, eu fiz uma consulta à
Secretária Marilú, que reconhecia que o Projeto tinha mérito, e, mesmo na
justificativa do Veto, isto é recolocado. Tem mérito. Evidentemente tem mérito!
Mas o Projeto, tal qual ele está constituído, tem problemas que impedem a sua
aplicação - está explicitado na Justificativa do Veto do Sr. Prefeito. Eu
queria destacar apenas dois desses pontos. O primeiro: o Projeto exige uma
aplicação alta de recursos, e não indica a fonte desses recursos. É preciso que
haja um recurso, é preciso que esse recurso seja aplicado nos exames que a
Administração Pública deverá promover a cada 12 meses, no primeiro semestre de
cada ano letivo, para todas as crianças da Rede Municipal com idade entre três
e oito anos. Na verdade, a gente criaria dentro da escola pública uma estrutura
de saúde pública. Mesmo que nós, como Vereadores, tivéssemos a prerrogativa de
criar despesa para o Município, mas nós não temos; a Lei não nos permite, nós
não temos autoridade para isso; quem define a utilização dos recursos no nosso
sistema é o Executivo, não é o Legislativo. Desse ponto de vista, o Projeto não
pode ser aplicado.
Vislumbramos nele também um problema de vício de
origem, uma vez que não foi uma emenda à Lei Orçamentária que definiu esse
recurso. Quando nós discutimos a Lei Orçamentária, não discutimos um recurso
para ser destinado a esse Programa. Isso nós sabemos, está explicito já na
Constituição Federal, que veta o início de um programa não-incluído na Lei
Orçamentária anual. A Lei Orçamentária é uma lei anual; evidentemente, não
havendo a fonte de recurso explicitada, não se pode definir um projeto ou um
programa sem a fonte de recurso. Para fazer um projeto é preciso ter dinheiro;
para que haja definição do dinheiro público, é preciso que essa definição
esteja prevista na Lei Orçamentária.
De volta a esta Casa, o Projeto passou pela
Comissão de Justiça que, reconhecendo essas questões, teve a posição favorável
ao Veto.
Eu acho que as razões do Veto ficaram muito claras,
portanto, nós deveremos, na minha avaliação, manter o Veto do Sr. Prefeito.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL nº
188/00.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste;
colegas Vereadoras, colegas Vereadores, eu venho discutir esta matéria, porque
tenho firmado uma posição nesta Casa quanto aos projetos autorizativos. Tinha
essa posição enquanto oposição e a mantenho hoje, enquanto Governo. Srª
Presidenta, na reformulação permanente que o Regimento da Casa precisa sofrer,
eu acho que uma boa idéia sempre deveria chegar ao Prefeito, à sua equipe, não
só pelos Vereadores, mas especialmente pelos Vereadores. Então, seria
interessante se nós criássemos a figura da indicação - “Olha, eu tenho uma
idéia que eu acho boa” -, indicando ao Executivo que possa, apropriando-se
dessa indicação, traduzi-la para as políticas públicas do Município.
Assim,
quanto ao mérito, eu acho que esta Casa não vai discutir o mérito de um Projeto
como o Respire Bem, a ser implantado na rede escolar - excepcional; não vou
discutir -, porque isso é o que se busca em qualquer gestão. Agora, quando, no
art. 2º, o Projeto diz (Lê.): “Para o diagnóstico das doenças respiratórias de
que trata o art. 1º desta Lei, serão realizados exames com periodicidade a cada
12 (doze) meses, atendendo crianças na faixa de 3 (três) até 8 (oito) anos...”,
bom, aí nós temos que fazer uma discussão maior. Eu acho que há uma supremacia,
no Brasil, nos três entes federados, Ver. Haroldo, do Executivo sobre o
Legislativo. A potencialidade do nosso Legislativo é muito reduzida, porque diz
a Lei Orgânica, diz a Constituição Estadual, diz a Constituição Federal que ao
legislador não cabe criar despesa; isto está lá. Bom, se nós mudarmos a Lei
Maior, a partir de então... Eu quero dizer que essa é uma grande discussão;
inclusive há algumas decisões judiciais no Brasil nessa direção, mas a
esmagadora maioria e as leis maiores - e aqui estou falando da Constituição
Municipal, no seu art. 94 - mas se fosse em foro estadual e federal, seria a
mesma coisa.
Então é por essa razão e não por outra, quer dizer,
o Prefeito vetou este Projeto por que o mérito não é bom? Não, é porque há um
princípio constitucional. Aliás, nós tivemos aqui - Ver. Elói, e V. Exª é mais
experiente do que eu, a experiência de quem governou a Cidade por tantos anos -
discussões muito acirradas, e, quando os Projetos autorizativos eram da Bancada
do PT, na época em que eles governavam a Cidade, alguns Projetos eles acolhiam,
e todos que vinham da oposição eram automaticamente vetados.
Volto a dizer que nunca produzi um Projeto
autorizativo e não pretendo produzir, porque o que está autorizado está
autorizado. Eu acho que suscita o debate, mas tudo bem, por isso defendo a tese
da indicação, porque aí se faz o grande debate, produz o debate, vota o
requerimento e indica ao Prefeito. E eu acho que a gente podia pensar nisso,
porque, na verdade, eu autorizar o que a Lei está autorizando não vai resolver,
ou eu faço um Projeto de Lei que eu determino, em que eu obrigo, em que eu boto
no imperativo, ou senão eu autorizo, o sujeito bota na gaveta, até porque, com
toda a certeza, há uma lei determinando, porque a maioria das leis no Brasil,
nas instâncias federadas, não são cumpridas. Aliás, se esta Casa fizesse um
levantamento, ao longo das duas, das três décadas, sobre as legislações que
foram votadas e as legislações que estão sendo cumpridas, eu digo para vocês
que tinha gente aí que ia se estarrecer, porque a grande maioria das
legislações votadas nesta Casa, ao longo dessas últimas três décadas, não estão
sendo cumpridas.
Ver. Adeli, quero cumprimentá-lo. Acho que V. Exª
vai continuar, porque acho que é isso mesmo; não é pelo fato, às vezes, de
perder uma batalha num Projeto, eu não sei como é que a Casa vai votar, mas de
qualquer forma o mérito é nota dez. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL nº 188/00.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eis aí um Projeto
muito bem-apresentado, o Ver. Adeli Sell apresentou um Projeto em 2000, e eu
relatei três vezes favoravelmente a ele, mas, quando ele ia apresentar uma
Emenda, eu fiquei contra, e aí aquilo complica a minha vida. Eu fui fazendo
Pareceres favoráveis, até que resolvi fazer alterações num Parecer contrário. E
o problema é que o Ver. Adeli Sell, que é meu companheiro de Comissão, concordou com o Parecer que apresentei.
E, agora, eu fico completamente sem ação, continuo achando muito
bem-apresentado. Olha, tenho de aplaudir o Ver. Adeli Sell pela maneira que o
Projeto foi apresentado. Devo dizer que é importante, o Prefeito também
reconhece que é importante, mas não há como fazer a aprovação, quando ele mesmo
aceitou a rejeição. Eu coloquei aqui, no final do meu Parecer, no dia 31 de
março de 2006 (Lê.): “Não obstante isto, o exame do Projeto e da Emenda nº 01
[que deixou de ser autorizativo para ser instituidor] sob a estrita óptica das
competências desta Comissão nos impele a novamente propor a rejeição pela
existência de ferimento à Lei de Responsabilidade Fiscal, já que gerará
despesas orçamentárias e financeiras e acarretará responsabilidades, situação
muito bem apontada, ainda em 2001, pelo Ver. Dr. Goulart, na condição de
Relator da matéria pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Ver. João Antonio
Dib, Relator; Ver. Adeli Sell, Vice-Presidente [concordando]; Ver. Luiz Braz
[concordando]; Ver. Professor Garcia [votou sim, com restrições]”.
Vejam,
V. Exas, este Projeto, realmente, merece um estudo aprofundado da
Casa do Povo de Porto Alegre. No primeiro Parecer da Comissão de Justiça, foi
dado Parecer pela então Verª Helena Bonumá, pela aprovação. Eu acho que a
Comissão de Justiça não tem de aprovar, tem de dar tramitação, mas ela deu pela
aprovação. O Ver. Juarez Pinheiro, Vice-Presidente da Comissão, votou contra, o
Ver. Luiz Braz votou contra, o Ver. Guilherme Barbosa votou contra - e aí eu
não entendo mais nada -, o Ver. Claudio Sebenelo também votou contra, o Ver. Elói
Guimarães também votou contra. Aí, evidentemente, deve ter sido dado um novo
Parecer, ou então a coisa chegou ao final, e aí o Ver. Isaac Ainhorn, no ano
seguinte, deu pela aprovação. O Ver. Elói Guimarães votou contra; o Ver. Juarez
Pinheiro, novamente, votou contra; e o Ver. Reginaldo Pujol votou contra.
E
aí, várias vezes, foram alterando. Eu acho que é chegado o momento, agora que
não há solução, de ter de aceitar o Veto do Prefeito, apesar da idéia
extraordinária, porque está muito bem documentado o processo, mas, realmente,
perante a Lei de Responsabilidade Fiscal, perante a Lei Orgânica, o Projeto
está completamente equivocado. Eu encaminho, a minha Bancada vota pela
aceitação do Veto e diz: Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL nº
188/00.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Verª
Maria Celeste, Presidenta da Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
a iniciativa esbarra na despesa. Esse é um princípio que domina a legislação
tanto no campo municipal, estadual ou federal, com raríssimas e específicas
disposições, com exceção. Então está aqui um Projeto de autoria do Ver. Adeli
Sell, extremamente importante, cujo mérito é indiscutível, dada a sua natureza,
a sua qualidade e a sua procedência. Mas nós esbarramos no princípio antes
invocado, ademais, não é de agora que sustentamos, já há alguns anos,
sustentamos a impropriedade do denominado Projeto autorizativo, que não existe
no elenco da legislação, enfim, do processo legislativo. Não existe projeto de
autorização, e usávamos tantas e tantas vezes. Uma expressão que dá bem o teor
e o conteúdo; dizíamos e invariavelmente temos dito que lei que não regula e
não dispõe, é como fogo que não queima e água que não molha. Essa é a
expressão, vamos dizer assim, que se ajusta à realidade. Muitas vezes, a
imprensa critica: “O Vereador, fez poucos projetos, outro fez mais projetos”, a
mídia desconhece as profundas e grandes limitações que tem o Legislador em Projetos
de importância. Porque a questão da iniciativa esbarra na despesa, sem falar
num conjunto de prerrogativas do Executivo, tanto municipal, estadual ou
federal. Então, nós temos essas dificuldades.
Certa
feita, fiz e encaminhei ao Executivo - não lembro qual era o Prefeito na época,
talvez até o Prefeito fosse o Ver. João Antonio Dib - um Pedido de Providências
transformado em Projeto. Era um Pedido de Providências ao Prefeito e anexava o
teor, o conteúdo, de um Projeto de Lei, de um Projeto na sua formatação. Então,
são essas as dificuldades que nós, legisladores, temos.
O
que eu penso em matérias dessa natureza? Que são boas, que são excelentes
iniciativas! Que nós procedamos por meio do Pedido de Providências.
O
Ver. Adeli Sell reúne todo o material e pede ao Sr. Prefeito Municipal:
“Solicito, em Pedido de Providências, e quero resposta” - exatamente traduzir o
que é feito em Projeto num Pedido de Providências.
Bem,
aí estamos formalizados; formalizamos, instrumentalizamos a idéia, mandando-a
ao Executivo.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Exª diz que Lei autorizativa é “como água que não molha e fogo
que não queima”, e a Justiça Estadual diz que a Lei autorizativa é
inconstitucional.
Acho
que V. Exª coloca muito bem, essa idéia não pode ser perdida, porque está muito
bem-apresentado o Projeto de Lei, e, realmente, ele é válido; só tem de haver
recursos, e aí a coisa fica complicada. Acho que valeria um estudo com a
Comissão de Saúde, o Prefeito, e mais o Ver. Adeli Sell.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V. Exª, e encerro, dizendo
que, em face do exposto e das razões trazidas aqui, nós vamos, evidentemente,
acompanhar o Veto do Sr. Prefeito Municipal, porque é assentado na
Constituição, e na Lei.
Portanto,
essas são as dificuldades que o legislador enfrenta.
Agora,
o que nós deveríamos adotar - e insisto nessa idéia - é usar o que nós podemos:
a indicação, quando se tratar de órgão fora da órbita municipal, e o Pedido de
Providências. E lembro que fiz um Pedido de Providências e anexei o Projeto,
art. 1º, art. 2º, etc., como indicação ao Executivo. Se bem me lembro, era
Prefeito da Cidade, o Ver. João Antonio Dib ou, logo depois, o ex-Prefeito
Alceu Collares.
Portanto,
fica aqui, Srª Presidenta, Srs. Vereadores, a nossa manifestação nesse sentido.
Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o Veto Total ao PLL nº
188/00.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Presidenta
Maria Celeste, colegas Vereadores e Vereadoras, nós, que somos da Bancada do
Ver. Adeli, autor do Projeto, realmente ficamos numa situação delicada,
principalmente este Vereador. Já foi dito por todos que usaram este microfone
que o Projeto é muito bom, a idéia está baseada, inclusive, em estudos
técnicos, médicos, e que, portanto, essa é uma idéia, apresentada por meio
deste Projeto, que significaria mais saúde das nossas crianças, melhor
desempenho escolar, e assim por diante.
O
Ver. João Dib, quando usou da palavra e leu o Processo, verificou que o Ver.
Guilherme tinha votado contra o Projeto do Ver. Adeli no âmbito da Comissão de
Constituição e Justiça - naquela ocasião, eu fazia parte daquela Comissão.
Construí uma posição, Ver. João Dib, e continuo com ela, o que também outros
Vereadores já colocaram, que, infelizmente, são grandes as limitações para um
Vereador construir um Projeto de Lei, porque muitas vezes, e é o caso aqui que
nós estamos abordando, seria atribuição do Poder Executivo. Portanto, essa é
uma boa idéia, uma coisa positiva para a nossa população jovem, de crianças,
mas o Vereador está tolhido pela Lei Orgânica e, de certa maneira, também pela
Constituição Federal, porque nesse caso há uma similitude entre as duas.
Muito
bem, então este Vereador vai manter a coerência, Ver. João Dib, mesmo sendo um
Projeto do meu companheiro e amigo Adeli Sell, vai manter a coerência e, neste
caso, vai se abster, assim como votei ontem numa situação parecida.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme, agradeço pelo
aparte, mas queria lembrar aqui que, em nível de Estado, nós já temos um
Projeto de Lei que, inclusive, se não me engano, é de autoria do PDT, e que já
está em execução. Veja só, é uma prevenção, e por isso não teríamos que apoiar,
e eu não entendi por que o Governo acabou vetando se ele defende, vamos dizer
assim, a Medicina comunitária. Então, é neste sentido que nós ficamos
preocupados, porque, em nível de Estado, as coisas acontecem; em nível de
Município, não acontecem.
O SR. GUILHERME BARBOSA: O argumento
do Sr. Prefeito foi simplesmente na questão constitucional, legal, do vício de
origem, mas o próprio Prefeito considerou, nas suas razões, que há mérito no
Projeto do Ver. Adeli. Portanto, insisto que a Bancada governista, através da
sua Líder, Verª Clênia, leve ao Prefeito a posição de que ele encaminhe à Casa
um Projeto de Lei com esse conteúdo, porque não haveria, portanto, vício de
origem. Muito Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrada a
discussão. Em votação o PLL nº 188/00, com Veto Total. (Pausa.)
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação PLL nº 188/00, com Veto Total.
O
SR. ADELI SELL: Presidenta
Maria Celeste, antes de mais nada, queria agradecer às minhas colegas e aos
meus colegas pela apreciação, leitura e aprovação do conteúdo do Projeto, e
queria agradecer de modo especial ao meu colega Guilherme Barbosa, que sempre
foi muito importante nos debates, e a gente, há muito tempo, discute a respeito
do que é, afinal, um Projeto indicativo, o que é uma indicação; o que são esses
Projetos autorizativos, até onde que é autorizativo, até onde é terminativo.
Isso é uma discussão que, talvez, a gente resolva um dia com algo intermediário
entre um Projeto de Lei e o que a gente chama de Pedido de Providências. Talvez
um dia, como aqui a gente fala em indicação para o Governo do Estado, fosse uma
indicação, também, o termo mais correto para o Município, que o Município
tomasse essa atitude.
Mas
eu queria um momento de atenção da Verª Clênia Maranhão, Líder do Governo, para
que pudesse levar ao Governo do Município, em especial ao Dr. Pedro, porque eu
já fiz essa discussão na Secretaria da Saúde, e essa nossa proposta é
imperiosa. Se o problema for de questão orçamentária, eu me comprometo a
discutir para que no próximo já venha com dotação orçamentária, que se possa
fazer uma Emenda, se possa discutir essa questão, mas nós não podemos deixar
essa criançada nessa situação, hoje, sem nenhum tratamento. Hoje, as pessoas
que têm um pouco de condições já mandam a gurizada para o dentista, para o
ortodontista, colocam aparelho, fazem as pequenas correções. Tempos atrás, por
exemplo, os colegas me viram, até eu estava com aparelho desses na boca.
Agora,
o que estou falando não são essas pequenas correções que são problemáticas - no
meu caso era problemático -, mas estou falando de problemas dentomaxilares, de
oclusão, de problema de respiração, um problema gravíssimo, Dr. Goulart;
gravíssimo! A Verª Maria Luiza também já veio conversar comigo, achando
importante que a gente leve isso adiante; ela, inclusive, me deu alguns
exemplos, um em especial.
Então,
eu vou manter a minha posição, porque sou um dos velhos defensores dos Projetos
autorizativos. Quero manter a minha coerência, tenho debatido muito isso com o
Ver. Elói, que tem outra opinião, mas eu quero dizer que vou continuar a
defender como política de Saúde pública que o Governo Municipal tenha um
programa como o “Respire bem”, e que cuide dessa questão carinhosamente.
Eu
me lembro que apresentei um Projeto aqui, que foi retomado depois pelo Ver.
Oliboni, o chamado teste da orelhinha, que é algo também extremamente
importante. São coisas que se nós cuidarmos, assim que as crianças nascerem, na
primeira infância, na juventude, problemas posteriores poderão ser evitados.
Então,
eu queria aqui colocar as minhas opiniões, eu espero fazer pelo menos uma boa
votação; se não conseguir derrubar o Veto, vou continuar nessa trilha, porque
eu acho que o simples debate com a sociedade e a mobilização que eu já fiz, e
vou continuar fazendo, é de extrema importância.
Concluindo,
quero então, mais uma vez, Verª Clênia, apelar para V. Exª que tenha o bom
senso de aproveitar uma idéia, que foi apresentada no ano 2000, durante o meu
Governo, portanto, não tem uma disputa político-partidária, não tem uma disputa
entre um Governo e outro, é para o bem da Saúde pública de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Em votação nominal o PLL nº 188/00. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO
o Projeto por 08 votos SIM, 16 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Mantido o Veto.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 4353/05 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/05, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que institui os Programas de
Ressuscitação Cardiopulmonar e de Capacitação de Pessoal em Técnicas de
Ressuscitação Cardiopulmonar, cria a Comissão Representativa da Sociedade Civil
e do Poder Público e dá outras providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 14-03-07.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 17-03-07 (sábado).
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Em discussão o PLL nº 201/05, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Aldacir Oliboni
está com a palavra para discutir o PLL nº 201/05, com Veto Total.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre
Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
este Projeto de Lei que acaba de receber pela segunda vez o Veto do Prefeito
Municipal, para os senhores terem uma idéia do que significa, institui os
Programas de Ressuscitação Cardiopulmonar e de Capacitação de Pessoal em
Técnicas de Ressuscitação Cardiopulmonar, cria a Comissão Representativa e dá
outras providências. Projeto semelhante que eu apresentei no ano passado, não
dava a possibilidade de criar uma Comissão e de a Comissão definir em que
lugares nós poderíamos colocar um desfibrilador semi-automático que é um
aparelho que faz a ressuscitação do paciente.
Como
nós temos acompanhado há muitos anos, principalmente em 2003, vários jogadores
de futebol acabaram falecendo, porque não havia desfibrilador semi-automático à
disposição na ambulância que ficava próxima do estádio.
Imaginem
os senhores, nas universidades, nos postos de saúde, nos shopping centers,
na rodoviária, no Centro da Cidade, enfim, em vários locais, por exemplo, nos
Estados Unidos funciona com a maior tranqüilidade, inclusive ele pode ser
manuseado por pessoas que não têm ainda o treinamento.
Então, eu queria chamar a atenção dos Vereadores, e
tenho certeza de que todos aqueles Vereadores médicos, o Dr. Goulart, que está
aqui, o Dr. Sebenelo, nós chamamos a Comissão de Saúde e Meio Ambiente e todos
os profissionais ligados à área de cardiologia, principalmente o Instituto de
Cardiologia de Porto Alegre, não só elogiaram o Projeto, mas disseram que é de
extrema importância e é preciso começarmos a perceber isso.
E neste sentido, inclusive houve uma pesquisa na
Cidade - eu vou verificar aqui para que tenham uma idéia, se não me engano foi
na cidade de Washington, onde foi disponibilizado, como fazem aqui, os
extintores de incêndio - é interessante essa experiência, porque havia alguns à
disposição em determinados lugares, como no metrô. E essa experiência dada - em
cada mil pessoas - que acontecia em torno de dez pessoas, em torno de 50% foi
recuperada a vida por pessoas que não estavam preparadas. O próprio aparelho
diz para o cidadão, à medida que tu retiras de onde ele fica anexado, o que se
deve fazer.
Então, é muito simples o treinamento, muito mais
simples do que usar o extintor de incêndio. E como existe nos Estados Unidos,
poderá existir como experiência aqui em Porto Alegre, nos postos de saúde, nos
PSFs, principalmente nos 24 horas.
Nós visitamos ontem, Dr. Raul - V. Exª é o
Presidente da Comissão de Saúde e estivemos juntos - dois Postos da Cidade, e
principalmente o Posto da Bom Jesus, a Coordenadora do local, a enfermeira,
disse que aquele aparelho - e inclusive nos mostrou o aparelho - já havia
salvado muitas vidas ali naquele Posto de Saúde, Dr. Goulart.
Neste sentido, então, nós verificamos que o Poder
Público poderia ter achado que isso aqui é inconstitucional, que vamos gastar
muitos recursos. Mas eu preciso que o Governo me dê uma possibilidade de fazer
uma Emenda no Orçamento, de poder constituir, nos postos de saúde, o
desfibrilador, ou fazer com que em grandes lugares de circulação a entidade
privada possa ter um disponível. É neste sentido que eu quero trabalhar.
Vou reapresentar o Projeto, se perder o Veto,
porque é de extrema importância, e isso já funciona em vários países. Por que
em Porto Alegre não pode ter uma experiência neste sentido, se nós temos fatos
que justificam a colocação desse aparelho semi-automático? Isto é, o
desfibrilador semi-automático, que faz a ressuscitação do paciente. E nós temos
- para se ter uma idéia, isso dito pelos próprios médicos, quando ocorre uma
parada cardíaca no paciente, nós temos dez minutos para dar o choque nele,
porque a cada um minuto nós perdemos 10% de chances de salvar a vida humana. Se
chegarmos em cinco minutos, nós teremos condições de salvá-la. Então, vejam os
senhores, eu falei em cinco minutos e faz tempo que eu estou falando, agora,
imaginem se, em dez minutos, não teremos condições de salvar muitas e muitas
vidas?
Nesse sentido, eu chamo os Vereadores à
sensibilidade para nós derrubarmos o Veto do Sr. Prefeito. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 201/05, com Veto Total.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de
colocar que nós Vereadores temos a função precípua de fazer a fiscalização do
Executivo. Nós temos a condição precípua de examinar o Orçamento. Nós temos as
funções de fiscais antes e acima de tudo. Nós temos o poder de ver, de
fiscalizar.
Por outro lado, eu votei contrariamente ao Projeto
e disse ao Ver. Oliboni que eu achava que seria contraproducente a sua
iniciativa, porque havia necessidade de usar um desfibrilador e saber usá-lo.
E, recentemente, eu fiquei confortável na minha posição, porque eu tenho dois
filhos médicos. E na entidade em que um deles atua, falaram em colocar o
desfibrilador e vai ser colocado, só que chamaram os médicos para que fizessem
um curso, - os que não eram cardiologistas - para a utilização do
desfibrilador. Ora, como que eu vou entregar ao meu querido Ver. Aldacir
Oliboni, que talvez saiba, porque trabalha em hospital, vive no meio dos
médicos, mas como que o meu amigo Carlos Todeschini vai usar o desfilibrador?
Ou eu mesmo? Nós vamos matar alguém. E sem considerar que nós não podemos
governar o Município. O Governo do Município é feito pelo Executivo. Nós damos
as condições para que o Executivo governe. Mas nós não podemos impor ao Executivo
nenhuma atividade que a Lei Orgânica diz no art. 94 que são as atribuições do
Prefeito.
Por outro lado, eu gostaria de chamar a atenção da
Presidenta, que essa história...
Agora, hoje, eu comecei a ver que há uma série de Emendas, na Comissão de
Finanças, de Emendas de Redação Final. E numa dessas Emendas de Redação Final é
que criaram um Prefeito sem voto, mudando completamente o que foi aprovado aqui
no Plenário! Criaram o Prefeito sem voto, que passou a ser o Procurador-Geral
do Município, que nem, às vezes, é servidor municipal.
Então,
eu gostaria que essas alterações da Redação Final viessem ao Plenário, para o
Plenário saber se concorda! Para não ocorrer o que ocorreu no ano passado. Eu
não li, mas os dois Projetos que examinei agora tinham alterações na Redação
Final.
Portanto,
é importante que, se houver alteração na Redação Final, que venha ao Plenário.
E,
lamentavelmente, é a segunda vez que o Vereador tenta, e foi vetado
anteriormente o seu Projeto. E, desta vez, eu acho que vai ser aceito o Veto.
Agora,
eu quero pedir uma coisa, em homenagem aos meus 36 anos de Câmara Municipal: eu
quero ver o Veto apreciado aqui. O painel indica a presença de 30 Vereadores,
eu não vou ficar conforme se não houver votos suficientes para uma decisão -
não estou perguntando qual seja a decisão. Eu quero uma decisão, até porque o
Governo tem 26 Vereadores no Plenário. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Ver. João Antonio Dib.
Em votação nominal o PLL nº
201/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 08
votos SIM, 10 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Mantido o Veto.
O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Nobre Vereadora, como a diferença foi
somente de dois votos, eu peço, com base no Regimento, a renovação de votação.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Lamentavelmente, não há renovação de
votação para Vetos, Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, eu queria dizer que eu
acho que eu fui homenageado, pois, dos 30 Vereadores, 19 votaram. Portanto, o
Veto foi apreciado. Eu lastimo, Vereador, mas a Presidenta o esclareceu: Veto
não tem renovação.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Plenário ouviu o seu registro, Ver.
João Antonio Dib.
Coloco
em votação o Requerimento de autoria do Ver. Dr. Goulart, apresentado à Mesa,
com o seguinte teor (Lê.): “Eu, Ver. Humberto Goulart, Líder do PTB, informo do
interesse em alterar a composição das Comissões Permanentes, passando o Ver.
Alceu Brasinha a integrar a CUTHAB, e a Verª Maria Luiza a integrar a
CEDECONDH. Para esse fim, solicitamos seja ouvido o Plenário dos Vereadores
para que possamos aprovar esta alteração. Ver. Humberto Goulart, Líder do PTB”.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Dr. Goulart. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Eu registro a preocupação do Ver. Carlos
Todeschini, mas já é matéria vencida e votada.
Convido
a todos os senhores e senhoras para o Seminário sobre Reforma Política da Mesa
Diretora, que estaremos realizando no dia de amanhã, a partir das 9h.
O
SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Srª
Presidenta, eu peço uma renovação de votação do assunto anterior, porque eu
entendo que sobre isso é necessário ter uma tratativa.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini, o Requerimento
apregoado pela Mesa e colocado em votação. (Pausa.)
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
de autoria do Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. DR. GOULART: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o
que se passa é o seguinte: o Ver. Brasinha foi eleito, quando daquela cerimônia
em que nós elegemos a Verª Maria Celeste, como membro da CUTHAB, só que, logo
em seguida, o Ver. Cassiá Carpes resolveu assumir a Assembléia Legislativa, não
como eleito, que seria só no mês de fevereiro, no fim de janeiro, mas em
dezembro ainda, ou no início de janeiro, como Suplente. E o Ver. Cássia o fez
dessa maneira, e aí a Diretoria Legislativa, como o Ver. Brasinha era Suplente
do Ver. Cassiá, o passou para a Comissão que Ver. Cassiá assumia, uma vez que
ele, de Suplente passou a Vereador eleito, o Ver. Brasinha. Então, entendeu a
Diretoria Legislativa que ele assumiria o lugar do Ver. Cassiá para o qual ele
não tinha sido eleito. A Verª Maria Luiza mostrou interesse também de ficar na
CUTHAB. Então, o Ver. Brasinha levou isso para, intestinamente se resolver o
problema, ou seja, dentro da nossa Bancada, dentro do nosso Partido e, então,
ele foi acolhido como eleito para a CUTHAB. Como isso tinha sido feito à
revelia dos nossos votos, eu entendi que, pedindo o Requerimento para que se
votasse aqui, tornaria legítima a posição do Ver. Brasinha dentro dessa
situação.
Por
isso, peço aos nobres Pares que votem dessa maneira, para se reconstituir a
legalidade, ou seja, o Ver. Alceu Brasinha já foi eleito, não foi destituído
pelo voto, tem que ser ratificado. Muito obrigado pela atenção, meus queridos
Vereadores e Vereadoras.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento
de autoria do Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Presidenta, colegas Vereadoras e Vereadores, vamos com calma! Nós fizemos uma
discussão, uma votação, uma combinação sobre o funcionamento das Comissões;
chegamos a um grande acordo, a uma harmonia nesta Casa; não vamos agora
“atravessar o samba”, que o carnaval já passou! Não vamos fazer isso. Nós
colocamos uma determinada composição e já levantamos, de forma tranqüila, que,
se for modificada essa Comissão, nós vamos querer rever outras, porque nós
temos Comissões em que a gente gostaria de ter outra força e outra composição.
Eu, por exemplo, fui forçado, há dois anos, a ir para a Comissão de Educação,
quando, todo o mundo sabe da minha militância no campo da Economia e da
contribuição que eu tenho dado na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento.
Então, eu queria apelar para
que a gente não decidisse isso agora, para que a gente voltasse a conversar. Já
conversei também hoje com outro Vereador que compõe uma das Comissões sobre
pequenos atritos nas Comissões. Como são Comissões técnicas, a gente tem que
dar potencialidade, evidentemente, aos Vereadores que gostariam de participar,
mas nem tudo é possível, Dr. Goulart; a gente vai ter que fazer algumas
composições que nem sempre são do maior agrado do Vereador. Tenho, inclusive, o
meu exemplo pessoal; mas assumi, tive a humildade de ouvir a Verª Sofia, a Verª
Neuza, que eram ex-Secretárias, para um conjunto de pautas em uma Comissão que
eu presidi. Por quê? Porque elas tinham mais experiência do que eu na área da
Educação.
Então,
acho que não deveríamos votar neste momento, deveríamos voltar a conversar
sobre esse tema, porque nós vamos ter que nos posicionar dessa maneira. Eu
queria apelar ao Ver. Dr. Goulart para que voltássemos a discutir esse tema;
que a gente desse um breque nessa questão - até porque acho que a essa altura
não temos mais quórum para votar.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento de autoria do Ver. Carlos Todeschini.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu devo dizer que
sei, e sou consciente, que estou falando de uma forma anti-regimental. Em
primeiro lugar: a proposição foi aprovada. A maneira de ser feita uma renovação,
como pediu o Ver. Todeschini, é equivocada: ele tinha que ter pedido
verificação e não pediu. Bom, se fosse dada a verificação de votos, não poderia
haver encaminhamento. Então, estou falando anti-regimentalmente, sei que não
poderia, na forma do Regimento, encaminhar, quer dizer, teria apenas que
refazer a votação, que foi simbólica, de forma nominal; mas ele não pediu a
verificação. Eu acho que não há mais o que discutir, a matéria foi aprovada,
muito bem aprovada; e depois, o que é? A troca de Vereadores do mesmo Partido
entre as Comissões. Não tem que fazer o carnaval - foi a expressão usada pelo
meu querido Ver. Adeli Sell, que já não está aí? Ah, ali está, ele não falha,
está sempre presente - para dar o quórum se houvesse verificação. Mas não foi pedida
a verificação, foi pedida a renovação; e renovação não existe! Portanto, acho
que a matéria foi aprovada e eu pediria às Lideranças que considerassem
aprovada a matéria e encerrássemos o assunto. Mas, de qualquer forma, fico aqui
até o final para o que der e vier. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Todeschini solicitou a verificação, e é o que nós estamos fazendo neste
momento. Só para comunicar ao Plenário.
Em
votação nominal o Requerimento de autoria do Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.)
Não há quórum.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Solicito
que sejam registrados os nomes dos Vereadores presentes até o final.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Nomes
dos Vereadores presentes e que votaram: Ver. Márcio Bins Ely, Ver. José Ismael
Heinen, Ver. Dr. Raul, Ver. João Antonio Dib, Verª Maria Celeste, Ver. Alceu
Brasinha e Ver. Dr. Goulart - sete Vereadores.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h26min.)
*
* * * *